Livro sobre Che Guevara e a brigada médica cubana é lançado na Bolívia
O livro “O Che se vestiu de branco”, do jornalista e escritor cubano José Antonio Fulgueiras, foi lançado nesta quarta-feira (9) em La Paz, capital administrativa da Bolívia. O lançamento contou com a presença do ministro boliviano da Saúde, Juan Carlos Calvimontes.
O texto do livro sobre Che recolhe vivências dos médicos cubanos na Bolívia.
O texto, que recolhe vivências dos médicos cubanos no país, foi elogiado pelo ministro de Saúde, que advertiu que “os livros, quando se referem ao Che, não se pode deixar sua leitura para o dia de amanhã”, e assegurou ter lido em pouco mais de uma hora.
“Imediatamente o li e senti conflitantes sentimentos. Por um lado, somente se fala através dos livros da história do Che, como homem, como médico, como guerrilheiro, e agora se volta a destacar uma vez mais o caráter humanista, o caráter solidário, a necessidade da construção do homem novo, que ele propunha para a construção de uma nova sociedade”, enfatizou.
Também ressaltou que na obra, nascida como consequência de uma visita do autor à Bolívia, em 2010, “se reflete o profundo humanismo que têm os médicos da brigada cubana, com muitos depoimentos”.
Calvimontes destacou que “o livro também recolhe a história de alguns colegas nossos que, através da história do país têm estado vinculado de uma ou outra forma na luta permanente dos povos”.
Por outra parte, o Ministro enfatizou que “a nossa mensagem, é que a medicina não é somente ciência, que a medicina não é apenas conhecimento, mas que a medicina com ciência, com conhecimento, mas sem humanismo, não é medicina”.
“Se a medicina apenas está centrada na ciência, na tecnologia e no conhecimento, também não é medicina, também não é saúde, também não nos pode proporcionar bem-estar, pois o que nos faz falta, a muitos de nós, é justamente o complemento do humanismo, do humano, do sensível, do solidário”, enfatizou.
Para o ministro, muitos dos problemas que enfrenta o setor da saúde no país são produto “da falta de consciência, de humanidade, de solidariedade (…) e isso não é um problema de equipamento, é um problema de convicção, e isso se reflete no livro, com os médicos que dão um depoimento de vida neste livro”.
Os médicos cubanos, “à margem do conhecimento da ciência, têm sentimento de humanidade, têm os valores éticos que muita gente está perdendo devido ao dinheiro, devido ao capital, devido se fazer mais rico no menor tempo possível, porque parece que o capital e a riqueza faz feliz muita gente. E nós não estamos nesse caminho”.
Calvimontes pediu “a todos os médicos, especialmente aos do programa Minha Saúde que nunca percam esse sentimento. No dia em que vocês perderem esses valores humanos e esses sentimentos de humanidade, não vai fazer sentido nenhum esforço que busque mudar o sistema de saúde no país”.
A autoridade agradeceu ao autor pelo texto e recordou que “ao conhecermos Cuba, afirmamos que gostaríamos de voltar uma, duas, 10, 20 vezes, não porque queremos ir a passeio, mas porque queremos seguir conhecendo a construção dessa Revolução cheia de humanidade, cheia de entrega, cheia de sacrifício. Não poupam um milímetro seu esforço ou o que têm para compartilhar com os demais”.
“Essa frase que afirma que o revolucionário compartilha o pouco que tem, não o que sobra, em Cuba se faz evidente”, destacou; e enfatizou que “o livro descreve as milhares de experiências de mudança de mentalidade de bolivianos que têm compartilhado com os cubanos, com a brigada médica, e não somente suas alegrias, mas suas tristezas”.
“Muitos bolivianos têm visto pela primeira vez um médico, e esse médico tem sido cubano”, precisou o ministro, que presenteou com um exemplar a cerca de uma centena de médicos graduados em Cuba, participantes no lançamento, no qual esteve também o embaixador da Nicarágua na Bolívia, Elías Chévez, e equipe médica e diplomática da ilha antilhana.
Sobre o programa Minha Saúde, informou que “muitos bolivianos estão começando a conhecer pela primeira vez o que é um médico. Nunca em sua vida, três, quatro, cinco gerações, tinham tido a oportunidade de ter um médico à frente e muito menos um médico em sua casa”.
“Como não vamos estar orgulhosos da construção desse sistema se o grande problema do país tem sido a atenção aos que menos têm”, finalizou.
Da Prensa Latina