Lula aceita convite e irá à COP27, no Egito, com Simone, Marina e Helder Barbalho
O presidente eleito, Lula (PT), aceitou o convite do presidente do Egito, Abdel Fattah El Sisi, e irá participar da Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP27) na companhia de Simone Tebet (MDB-MS) e de Marina Silva (Rede-AP).
O evento internacional vai ser realizado em Sharm El Sheikh, no Egito, entre os dias 6 e 18 de novembro.
Na mesma mensagem em que parabenizou Lula pela vitória nas eleições, Abdel Fattah El Sisi o convidou para a COP27, “onde estou confiante de que o Brasil é capaz de desempenhar um papel positivo e construtivo durante esta tão esperada cúpula para avançar na ação climática em nível internacional”.
Lula também foi convidado para fazer parte da comitiva do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), que vai para o evento em nome do Consórcio de Governadores da Amazônia Legal.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que Lula confirmou sua participação no evento, mas ainda “está vendo a melhor semana para ir”.
A senadora Simone Tebet (MDB-MS), que foi candidata a presidente e terminou o primeiro turno em terceiro lugar, passando a integrar a campanha de Lula no segundo turno, comunicou ao Senado que irá para o Egito no dia 6 de novembro.
A viagem não será custeada pelo Senado, mostrando que ela deverá integrar outra comitiva.
Simone Tebet tem cumprido um papel de destaque na política nacional, visto que seu apoio foi decisivo para que Lula vencesse no segundo turno. Ela é cogitada para ser ministra do futuro presidente.
Marina Silva, que foi eleita deputada federal por São Paulo, esteve ao lado de Simone e Lula em diversos eventos de campanha, como em Minas Gerais e São Paulo. A ex-ministra do Meio Ambiente também deverá participar da COP27 com eles.
Na COP26, realizada em Glasgow, na Escócia, em 2021, Bolsonaro boicotou a conferência e não compareceu, enviando apenas um vídeo de menos de três minutos com mensagens falsificadas para o evento. Em seu discurso, ele disse que o “Brasil é uma potência verde” e que no combate à mudança do clima “sempre fomos parte da solução, não do problema”.
Jair Bolsonaro apresentou dados distorcidos e impediu a divulgação de dados verdadeiros para tentar enganar o mundo sobre o que está acontecendo no Brasil, com a Amazônia castigada pelo desmatamento. O governo Bolsonaro levou um dado, registrado em um documento do Ministério do Meio Ambiente, de que houve uma queda de 5% na devastação da Amazônia.
No entanto, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou um aumento de 22%. Esse dado só pôde ser divulgado depois do fim da COP26.
Segundo a própria ONU, a Conferência para o Clima tem como finalidade “cumprir os compromissos assumidos” pelos países para a preservação ambiental.
“Precisamos aumentar a vontade política e o apoio técnico e financeiro para impulsionar a tão necessária transformação em direção a caminhos resilientes para o clima”.
No discurso que fez na Avenida Paulista após a confirmação de que foi eleito para seu terceiro mandato para presidente, Lula disse que “o Brasil não vai mais ser pária da sociedade, o Brasil vai ser protagonista internacional, porque a gente vai voltar a receber os presidentes e visitar outros presidentes”.
“Em nosso governo, fomos capazes de reduzir em 80% o desmatamento na Amazônia, diminuindo de forma considerável a emissão de gases que provocam o aquecimento global. Agora, vamos lutar pelo desmatamento zero da Amazônia. O Brasil e o planeta precisam de uma Amazônia viva”, falou.
“Por isso, vamos retomar o monitoramento e a vigilância da Amazônia, e combater toda e qualquer atividade ilegal – seja garimpo, mineração, extração de madeira ou ocupação agropecuária indevida”, completou.