Lula confirma Alckmin na Indústria e Comércio, pelo “respeito que ele tem junto aos empresários brasileiros”

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta quinta-feira (22), a indicação do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) para assumir o Ministério da Indústria e Comércio. Assim, Lula cumpre o que prometeu em campanha: ter um vice mais que vice.

“Eu tenho certeza que o Alckmin, com a capacidade de articulação política, com o respeito que ele tem junto aos empresários brasileiros, eu tenho certeza que ele vai ser um extraordinário ministro da Indústria e Comércio desse País”, disse Lula.

Integrantes do núcleo mais próximo da dupla eleita afirmam que Lula já estava 90% certo da indicação do vice, que ganhou força após vários empresários recusarem a oferta. Outros nomes cotados, anteriormente, pelo petista foram Josué Gomes da Silva, da Coteminas, e Pedro Wongtschowski, do grupo Ultra.

MUDANÇA DE IDEIA

A indicação do vice-presidente eleito veio após Lula declarar, antes das eleições, que Alckmin não acumularia duas funções em seu governo.

Alckmin tem bagagem no setor produtivo. Estudioso de assuntos como reforma tributária, o vice-presidente eleito pode atuar como facilitador do diálogo do governo com o mundo empresarial. Esta é a ideia central de Lula. Ter Alckmin como referencial para lidar com o setor produtivo.

Além de Alckmin, Lula anunciou outros nomes do primeiro escalão que vão compor o governo. O ex-governador do Ceará e senador eleito, Camilo Santana (PT), vai atuar como ministro da Educação. Está “batido o martelo”.

INDÚSTRIA EM BOAS MÃOS

O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de Andrade, disse que a indústria estará em boas mãos sob o comando de Alckmin (PSB).

A recriação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior sinaliza, segundo ele, “para uma condução firme e engajada da pasta pelo fortalecimento do setor produtivo industrial.”

Em nota, Andrade disse considerar que o vice-presidente conhece as prioridades da agenda de desenvolvimento do País e da indústria e sabe o que precisa ser feito para reverter a desindustrialização.

“O futuro ministro é um político hábil, com a experiência de ter governado o Estado mais industrializado do País e conhecimento do que é necessário para o desenvolvimento e o fortalecimento da indústria”, afirmou o presidente da CNI.

OUTRAS PASTAS

O ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), vai comandar o Ministério dos Portos e Aeroportos – fatia do atual Ministério da Infraestrutura.

A cantora Margareth Menezes também confirmou ter aceitado o convite do presidente eleito para assumir o Ministério da Cultura, a partir de janeiro de 2023.

Outros nomes confirmados para a gestão de Lula e Alckmin são: Flávio Dino (PSB), no Ministério de Justiça e Segurança Pública; Rui Costa (PT), na Casa Civil; José Múcio Monteiro, na Defesa; Fernando Haddad (PT), na Fazenda; e Mauro Vieira, no comando do Itamaraty.

Marcos Verlaine