Lula é aprovado por 37% e reprovado por 27% com 5 meses de governo, diz Datafolha

Quando completava 5 meses de mandato, em junho de 2019, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contava com 33% de aprovação, 33% de reprovação e com a avaliação regular de 31%

Pesquisa Datafolha sobre a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), divulgada neste sábado (17), mostra que 37% avaliam o governo como ótimo ou bom; 27% acham ruim ou péssimo; 33%, regular; 3% não opinaram.

Após 5 meses de mandato, segundo o Datafolha, a avaliação se mantém constante. Na última pesquisa, divulgada no início de abril, Lula tinha a aprovação de 38% e reprovação de 29%. 30% achavam a gestão regular.

A aprovação de Lula é maior entre os pesquisados de renda mais baixa, que recebem até 2 salários mínimos por mês. Também o avaliam como ótimo ou bom menos escolarizados e nordestinos. Respectivamente, 43% ótimo/bom, 47% e 47%.

A reprovação do petista, por outro lado, é maior entre a chamada “classe média” baixa (recebem de dois a cinco salários mínimos) e entre os moradores do Centro-Oeste — 34% cada. Evangélicos e ricos, com renda mensal a partir de 10 salários mínimos, a reprovação é, respectivamente, de 37% e 49%.

COMPARAÇÃO

Para efeito de comparação, quando completava 5 meses de mandato, em junho de 2019, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contava com 33% de aprovação, 33% de reprovação e com a avaliação regular de 31%.

Se considerados os limites da margem de erro, há empate técnico com ligeira vantagem numérica para Lula, aponta o instituto de pesquisa.

O petista fica atrás das avaliações de Fernando Henrique Cardoso, em 1995 (40% de aprovação; 40%, regular; e 17%, reprovação), de Dilma Rousseff, em 2011 (49%; 38% e 10%) e do próprio mandato de 2003 (42; 43% e 11%).

A sondagem entrevistou 2.010 eleitores em 112 municípios, entre os dias 12 e 14 de junho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

PESQUISA IPEC

Os dados do Datafolha são similares aos do Ipec, publicados na semana anterior. Segundo aquele levantamento, o grupo que classifica a administração do petista como “boa” ou “ótima” passou de 39% para 37% em relação a abril.

As avaliações “ruim” ou “péssima” variaram na direção oposta, saindo de 26% para 28%. Os que consideram a gestão “regular” eram 30%, e agora totalizam 32%.

Apesar de todas as variações estarem dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou menos, os números do Ipec indicam tendência negativa da opinião pública em relação ao Executivo federal neste primeiro semestre de governo.

Em março, no primeiro levantamento feito pelo instituto, 17 pontos percentuais separavam os grupos dos satisfeitos e o dos insatisfeitos. Hoje, na pesquisa que foi às ruas entre 1º e 5 de junho, essa distância está em 9 pontos.

POLARIZAÇÃO CONTINUA ACIRRADA

A polarização política, que gera discussões acirradas nas mídias sociais, nas famílias e em diversos locais públicos e privados, é um fenômeno que o Brasil lidera em comparação com 12 países, incluindo toda América Latina, Espanha e Portugal.

O nível de polarização da conversa digital na Ibero-América cresceu 39% nos últimos 5 anos. O período da pandemia ampliou o problema. O estudo foi realizado pela agência de PR LLYC Brasil, em parceria com a Más Democracia — organização da sociedade civil sediada em Madrid (Espanha) —, com o título “The Hidden Drug: a droga oculta – o poder viciante da polarização do debate público”.

Na definição da agência, “a polarização refere-se ao processo de reafirmação das próprias crenças que ocorre após a participação em debate sobre assunto controverso no qual são apresentadas evidências e interpretações alternativas”.

Por isso, o que é novo não é tanto que as posições que resultam dessa interação sejam extremadas (embora em muitos casos isso seja o resultado), mas sim a atitude de desconhecimento intencional (quando não de desprezo) das evidências e argumentos que forçaria a mudança de crenças.

Foram analisados dados dos últimos 5 anos das redes digitais, de forma a tentar entender e explicar a evolução da polarização naqueles países, tomando como referência a conversa social sobre as questões mais controversas.

Hora do Povo

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