Lula projeta Brasil como sexta economia mundial até o final do mandato
Presidente disse para uma plateia de investidores estrangeiros que o Brasil aproveitará todas as chances para crescer e indicou que o país oferece segurança e qualidades únicas
O presidente Lula esteve, nesta quarta-feira (12), na abertura Fórum da Iniciativa de Investimento Futuro (FII PRIORITY Summit), no Rio de Janeiro (RJ). No evento que reúne investidores estrangeiros, Lula disse que o Brasil pode “voltar a ser a sexta economia mundial”, posto que alcançou em 2011.
“Contrariando as expectativas pessimistas, nosso PIB cresceu 2,5% nos últimos 12 meses. Caminhamos para ser a oitava maior economia do mundo neste ano. Até o final do mandato, podemos voltar a ser a sexta economia mundial, como fomos em 2011”, afirmou.
Para alçar este voo superior, o presidente disse que foi preciso recuperar a capacidade de planejar o desenvolvimento para concentrar no que realmente importa: “melhorar a vida das pessoas.”
Nesse sentido, falou sobre a importância de recolocar o pobre no orçamento por meio do reestabelecimento da política de valorização do salário mínimo e pela reestruturação de programas sociais. Lula também lembrou que o desemprego no trimestre fevereiro a abril foi o menor desde 2014. Ele ainda ressaltou as iniciativas Nova Indústria Brasil e o Novo PAC, com 320 bilhões de dólares em recursos, sendo 75% até 2026.
Energia
O Fórum é organizado pela Saudi Aramco, considerada a maior petroleira do mundo. No discurso, o presidente Lula colocou que o Brasil não irá jogar fora nenhuma oportunidade de crescer. Dessa forma, quando começar a exploração de petróleo na chamada Margem Equatorial, a Petrobras chegará mais próximo de competir com a gigante saudita, apontou o presidente em deferência aos organizadores do evento.
Ainda que tenha indicado que objetiva a exploração de petróleo em uma nova fronteira, o líder brasileiro ressaltou que os investidores da transição energética encontrarão aqui as melhores condições para fazer as suas empresas crescerem, ao reforçar que a exploração de petróleo na margem equatorial somado aos investimentos na economia verde devem andar juntos em seu governo, para transformar o Brasil numa economia do tamanho que idealiza.
De acordo com Lula, o Brasil é um dos países que possui a matriz energética mais limpa, sendo que 88% da eletricidade provêm de fontes renováveis como a biomassa, a hidrelétrica, a solar e a eólica. Além disso, destacou a opção feita pelos biocombustíveis e o potencial para se tornar o maior produtor de hidrogênio verde do mundo.
“Quando se fala da questão climática, quando se fala da questão energética, eu posso assegurar para vocês, com todo respeito ao planeta terra, não tem nenhum país que pode oferecer a qualidade das coisas que vamos oferecer para os investidores que aqui quiserem produzir, que quiserem criar um novo ciclo de produção de energia e que aqui quiserem fazer as suas empresas crescer. O Brasil não vai jogar fora a oportunidade de se transformar uma grande economia. Vocês sabem que este ano nós temos um G20 no Brasil, temos os BRICS na Rússia e no ano que vem temos os BRICS aqui no Brasil e temos a COP30 aqui no Brasil. São mega eventos que podem mostrar a faceta do Brasil, a cara do Brasil”, pontuou.
Investimentos
Para garantir aos empresários a segurança que investir no país, o presidente salientou que o “Brasil se tornou o segundo maior destino de investimentos estrangeiros diretos em 2023” e que a “balança comercial bateu recorde em 2023, com o maior saldo da história.”
Para arrematar, mostrou aos estrangeiros que “as exportações entre janeiro e abril deste ano alcançaram a marca recorde de 108 bilhões de dólares, com aumento da participação de produtos da indústria de transformação”.
Compromissos
Na sequência, Lula fez questão de evidenciar que o debate sobre desigualdades deve ser debatido com seriedade pela economia, pois em um mundo tão avançado a fome ainda persiste. Portanto, a atração desses investimentos e o aumento da pujança econômica nacional tem como finalidade o seu compromisso maior com a população.
“O Brasil é composto por homens e mulheres que querem crescer, querem trabalhar, querem estudar e é por isso que eu não consigo falar de economia sem colocar a questão social na ordem do dia. Todos os debates que se faz se tratando de economia a gente fala de um monte de coisa, mas me parece que os problemas sociais não existem, e eles existem, estão no nosso calcanhar, nas nossas portas, nas ruas. Esse mundo extraordinário, digitalizado, ainda permite que 735 milhões de pessoas durmam toda noite sem ter o que comer no mundo em que a gente tem conhecimento genético para produzir alimento de sobra para todos. Alguma coisa está faltando”, criticou o presidente.
“Nos últimos anos foram gastos três trilhões de dólares em guerra, quando esse dinheiro poderia ser gastado em paz, poderia ser gastado em paz e investimento para reduzir a miséria, a desigualdade e a pobreza do mundo. Eu digo isso porque eu tenho um compromisso de fé, não é um compromisso de um mandato”, completou.
Por Murilo Silva