Lula: Voltaremos a ser um país civilizado e ter o povo mais feliz do mundo

No ato de 1º de Maio, em São Paulo, Lula reforçou que o amor vencerá o ódio, que o trabalhador terá seu poder de compra de volta, e os sindicatos, a cultura, a educação e a saúde serão valorizadas novamente

Em defesa da Política de Valorização do Salário Mínimo, pela volta do poder de compra do trabalhador e da trabalhadora, pelo combate à inflação, pela volta do diálogo com os sindicalistas, pela apuração de quem mandou matar a vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, e que o amor vença o ódio, o ex-presidente Lula discursou diante de milhares de pessoas, neste 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora, na Praça Charles Miller, no Pacaembu, em São Paulo.

Ao começar a falar, Lula teve a dignidade e a humildade de sempre, de pedir desculpas aos policiais por ter dito que o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), não gostava de gente, só de policiais, ao reconhecer que errou ao dizer isso ao invés de falar em milícias.

“Bolsonaro só gosta de milícias e eu peço desculpas aos policiais, que muitas vezes cometem erros, mas salvam muita gente do povo trabalhador e eles são trabalhadores como os demais desse país”.

Lula também falou sobre a decisão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) que considerou o ex-juiz Sergio Moro parcial nos julgamentos contra ele. Disse que o  relatório da ONU, em suas palavras, reconheceu que ele foi vítima de “sacanagem”, e é preciso que o governo peça desculpas a ele para reestabelecer a verdade no país.

O ex-presidente teve o cuidado de declarar que não é ainda candidato à presidência da República e que não poderia falar de eleições, e que estava ali para discutir os problemas dos trabalhadores e trabalhadoras do país e fez questão de se direcionar aos mais jovens afirmando que nos governos do PT a vida era melhor.

“Todos vocês, mesmo os jovens, têm um parente que já viveu melhor quando eu governava esse país. No tempo em que eu governava o salário mínimo tinha aumento real. Além da inflação, a gente dava o valor do crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] do ano anterior. Isso fez o mínimo ter 77% de aumento real”, lembrou Lula.

Segundo o ex-presidente, o atual governo diz que não poder dar aumento real, porque gera inflação, mas seu governo mostrou ser possível. “Depois de Getúlio Vargas [ex-presidente que instituiu o salário mínimo], poucos tiveram coragem de discutir o poder aquisitivo do povo brasileiro”.

“Vocês leram que a inflação é a maior dos últimos 27 anos. Isso significa que o salário mínimo diminuiu, o carrinho tem menos compra. Na mesa na hora de almoço têm menos alimentos para suas famílias comerem. Nossa luta será a de diminuir a inflação e aumentar salários para que o povo possa comer e viver melhor nesse país”, afirmou Lula.

A alimentação do povo brasileiro tem sido uma preocupação constante de Lula em seus discursos. Ele lembrou que hoje 19 milhões de brasileiros passam fome e que 116 milhões passam algum grau de insegurança alimentar, e que para vencer a fome é preciso ter emprego. Segundo Lula, nos governos do PT, foram abertos 22 milhões de vagas de emprego com careteira assinada. E as centrais sindicais sabem que 90% dos acordos salariais tiveram aumento real e hoje apenas 7% têm.

“Se preparem, se tivermos um novo presidente, ao invés de ficarem xingando [Bolsonaro] vamos sentar numa mesa de negociação para a gente reestabelecer as condições de trabalho e os direitos dos trabalhadores”.

O ex-presidente lembrou ainda aos presidentes das centrais de como em seu governo era fácil conversar, enquanto o atual, fascista e genocida, nunca se  reuniu com dirigentes sindicais, com governadores, prefeitos e movimento sociais.

Sobre educação, Lula disse que vai abrir milhares de bibliotecas e não clubes de tiros como faz Bolsonaro. “Vamos abrir bibliotecas para que o povo aprenda a ler. Vamos levar internet a cada lugar deste país, para que o camponês e o filho dos mais pobres tenham direito a navegar na internet como os filhos deles”, declarou.

Lula voltou a lembrar que o Brasil é um país extraordinariamente rico, grande, com povo bondoso, que tem uma sociedade que é uma mistura de negros, europeus e indígenas e essa miscigenação produziu o povo mais feliz do mundo.

O ex-presidente continuou dizendo que Bolsonaro “só governa pra milícia dele e talvez para quem mandou matar Marielle. A gente quer saber quem mandou matar Marielle”, ressaltou.

Cultura para o povo e geração de empregos

O ex-presidente disse ainda que além de recuperar o Ministério da Cultura, tem a intenção de criar comitês de cultura, já que o setor é responsável pela criação de milhares de empregos.

“Companheiros das centrais, pouca coisa gera tanto emprego e supera a ignorância como a cultura. Precisamos de emprego remunerado, salário decente, casa pro povo financiar, recuperar a Petrobras, não privatizar a Eletrobras, se não, nunca mais teremos programas como Luz para Todos””, defendeu.

Lula diz estar ciente de que o novo governo vai pegar o país destruído, mas tem certeza de que da mesma forma que os trabalhadores e trabalhadoras ajudaram a construir em seus mandatos anteriores, ajudarão num próximo.

“Eu fiz 74 conferências para definir políticas públicas. E vamos chamar o povo pra saber o que precisa ser feito nesse país, e quem também precisa dizer isso são os jovens e as mulheres”, afirmou.

Energia para um novo governo

Por fim, Lula afirmou que seus 76 anos não o impedem de governar. Ao contrário, a experiência que tem hoje é maior do que a que tinha aos 50 anos quando governou o Brasil pela primeira.

“Minha energia é de 30 anos, tenho o maior tesão de governar o país. Vamos recuperar o Brasil para o povo brasileiro e os sindicalistas voltarem a ser respeitados”, concluiu o ex-presidente Lula.

CUT

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