Luta continua: contra reforma, estudantes e trabalhadores marcham em Brasília

A sergipana Adria Brito percorreu mais de 1,6 mil Km para chegar até Brasília. A jovem, que faz questão vestir uma camiseta vermelha grafada com “Lula Livre”, passou cerca de 30 horas viajando de ônibus para marchar na capital do Brasil em defesa da Educação, por emprego e contra a reforma da Previdência. “A gente está aqui na resistência, contra esse governo que só trouxe retrocesso. É estudante junto com trabalhador. Não vamos sair das ruas”, disse a estudante de Direito.

Assim como Adria, milhares de estudantes e trabalhadores de todos os estados do país realizaram nesta sexta-feira (12), na Esplanada dos Ministérios, uma marcha que permite ser adjetivada como gigante não só pelos cerca de 50 mil manifestantes presentes, mas pela resistência e disposição de luta dessa multidão para salvar o Brasil do ódio e do retrocesso.

“A juventude brasileira hoje é linha de frente de todos os movimentos na construção da resistência contra Bolsonaro. Como líder sindical que sou – e já fui da juventude organizada –, fica claro que essa juventude, que é ou será trabalhadora e que estará compondo os postos de comando do movimento sindical brasileiro, virá preparada para continuar resistindo, para derrubar o capitalismo no Brasil e construir uma sociedade socialista que, de fato, interesse à classe trabalhadora”, discursou o presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas.

Segundo Freitas, as últimas ações realizadas, como as marchas dos dias 15 e 30 de maio, além da Greve Geral do dia 14 de junho, “aconteceram fundamentalmente pela força do movimento estudantil”. “Isso cheira à esperança; cheira à capacidade de renovação. Nós precisamos da esquerda brasileira com uma enorme renovação para que a gente efetivamente consiga trazer as a nossas pautas”, avaliou.

“Não mate o nosso futuro! Queremos educação, emprego e aposentadoria”, disse a presidente da UNE, Marianna Dias, lembrando que esse também é o lema da marcha realizada nesta sexta (12), como parte da programação do 57º Congresso da União Nacional dos Estudantes (Conune). Segundo ela, “as atrocidades que o governo vem cometendo pelo Brasil não serão feitas sem que haja resistência do nosso povo”. “Estamos aqui para gritar por liberdade, por direitos, pelos nossos sonhos. Estamos aqui para lutar pela oportunidade de termos uma vida melhor. E é por isso que o movimento estudantil, as centrais sindicais, os movimentos sociais estão de mãos dadas.”

Para o secretário-geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, a marcha desta sexta-feira mostra que a unidade dos diversos setores da sociedade vem sendo ampliada. “A cada ataque, a cada atrocidade desse governo, temos respostas de luta, com mais gente nas ruas, com mais protestos. E é assim que a gente vai conseguir colocar o Brasil de volta no trilho do progresso.”

Uma das parlamentares mais atuantes na defesa da educação e dos direitos humanos, a deputada Erika Kokay (PT-DF) disse que o “arbítrio e o autoritarismo” não serão aceitos pela sociedade brasileira, principalmente pela juventude. “Eles querem colocar essa Nação em uma bandeja para servir o apetite insaciável do capital financeiro, roubando nossa aposentadoria. E contra a reforma da Previdência, a gente é só resistência”, disse a parlamentar.

O ato dos estudantes e trabalhadores percorreu toda a Esplanada dos Ministérios e foi encerrado em frente ao Congresso Nacional, na Alameda das Bandeiras. Durante a ação, foi feito chamado para o Dia Nacional do Terceiro Tsunami da Educação, agendado para 13 de agosto. “Não sairemos das ruas enquanto não formos vitoriosos!”, disse Iago Montalvão, dirigente da UNE e candidato à presidência da organização na próxima gestão.

Conune

A marcha desta sexta-feira é parte da programação do Congresso da UNE, que acontece em Brasília. O evento teve início na quarta-feira (10), encerra neste domingo (14).

Sob o tema “Na sala de aula é que se muda uma nação”, o Conune conta com uma programação diversificada que inclui debates, saraus e shows. No encontro, além da eleição da diretoria da UNE, o grupo debaterá pautas diversas, como a conjuntura política, educação e mobilizações do próprio movimento.

CUT

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