Mais de um terço dos palanques escondem Bolsonaro nas redes sociais

Os aliados de primeira hora como o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), escondem o presidente nas campanhas de seus aliados estaduais

Levantamento realizado pela Folha de São Paulo revelou que mais de um terço dos palanques regionais escondem Bolsonaro nas redes sociais. A maioria deles está no Nordeste e Norte do país, mas aliados do Paraná e Mato Grosso também aparecem abandonando o presidente neste início de campanha eleitoral.

De acordo com a Folha, dos 27 palanques que Bolsonaro já tem garantidos na corrida pela reeleição, dez não fizeram menção ou expuseram sua imagem no Twitter e no Instagram no atual semestre.

São eles: Wilson Lima (União Brasil) no Amazonas, Clecio Luis (Solideriedade) no Amapá, Capitão Wagner (União Brasil) no Ceará, Weverton Rocha (PDT) no Maranhão, Mauro Mendes (União Brasil) no Mato Grosso, Ratinho Júnior (PSD) no Paraná, Fábio Dantas (Solidariedade) Rio Grande do Norte, Teresa Surita (MDB) Roraima, Valmir de Francisquinho (PL) no Piauí, e Ronaldo Dimas (PL) no Tocantins.

Mesmo com a adesão a sua candidatura do senador Roberto Rocha (PTB) e o deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL), ambos bolsonaristas, o senador Weverton Rocha (PDT), candidato ao governo, tem indicado apoio a Lula na eleição.

Ratinho Junior (PSD), governador do Paraná que concorre à reeleição, é o único do Sul que esconde Bolsonaro. Cláudio Castro (PL), candidato ao governo fluminense, até mostra o aliado, mas apenas fez referências no Twitter e, inclusive, não o citou durante o primeiro debate na TV Bandeirantes.

“Palanque de Bolsonaro no Distrito Federal, o candidato à reeleição Ibaneis Rocha (MDB) é outro que expõe o atual presidente timidamente, com apenas uma postagem neste semestre. Também no Centro Oeste, Mauro Mendes (União Brasil), que tenta a reeleição em Mato Grosso, não mostra o presidente”, diz o jornal.

Reportagem do Estadão já havia exposto que os aliados de primeira hora como o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), escondem o presidente nas campanhas de seus aliados estaduais.

No Piauí, estado de Ciro Nogueira, o diretório estadual do PP acionou o Tribunal Regional Eleitoral para tentar proibir a circulação de imagens de seus candidatos ao lado do presidente.

A sigla, que é controlada pelo ministro-chefe da Casa Civil, diz à Justiça Eleitoral que o presidente “possui altíssimo índice de rejeição em pesquisas mais recentes” e avisa que o material que circula no WhatsApp dos seus candidatos ao lado do presidente é “fake news”. Contudo, o TRE negou o pedido alegando que as mensagens estão no limite da liberdade de expressão e comunicação.

Já Arthur Lira, segundo reportagem do jornal paulista, também esconde o presidente na sua propaganda em Alagoas.

“Suas publicações o apresentam como ‘Arthur Lira é foda’ e não trazem menção a Bolsonaro. Com R$ 16,5 bilhões de orçamento secreto para distribuir entre seus aliados no Congresso, os marqueteiros de Lira apostam na imagem de um tocador de obras independente e padrinho direto dos recursos para o Estado”, publicou o veículo.

Vermelho

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