Marina chama “toda a sociedade” a se opor à “mentalidade golpista e autoritária de Bolsonaro”

A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), afirmou que Jair Bolsonaro tem “mentalidade golpista e autoritária” e clamou por ações do “Congresso Nacional, do Poder Judiciário e dos formadores de opinião”, “porque o que está em jogo é a democracia”.

Apesar de estar fazendo campanha, com motociatas semanais, desde o começo do ano, Jair Bolsonaro não consegue diminuir a vantagem que Lula tem sobre ele, que hoje está em 19 pontos no primeiro turno, voltando a ameaçar com um golpe.

Para Marina Silva, Bolsonaro ataca as urnas eletrônicas “como estratégia para não reconhecer os resultados das eleições” que virão.

Bolsonaro fala que as urnas eletrônicas já foram fraudadas, mesmo não apresentando qualquer prova, e que elas não são seguras, apesar de todos os técnicos apontarem o contrário. Ele, ainda, tem tentado usar as Forças Armadas para atacar as eleições.

Durante a Conferência Brasil-Portugal: Perspectivas de Futuro, organizado pela Fundação Calouste Gulbenkian, Marina Silva denunciou que “Bolsonaro flerta o tempo todo com a possibilidade de permanecer no poder por meios que não são legítimos em relação ao que prescreve a nossa Constituição”.

A resistência ao golpismo de Bolsonaro, declarou a ex-senadora, “tem de ser de toda a sociedade, do Congresso Nacional, do Poder Judiciário, dos formadores de opinião, porque o que está em jogo é a democracia”.

Ainda no evento, Marina Silva lamentou o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, na Amazônia, e disse que “esperamos que sejam feitas ações rigorosas e sejam punidos os assassinos que os patrocinam”.

A ex-ministra mostrou preocupação quanto às afirmações de parte de “alguns elementos da PF”, que deram declarações de que não houve mandante para o crime.

“Sabemos que a realidade dos fatos está indicando que, se há oito pessoas envolvidas em assassinatos bárbaros e cruéis, é porque tem algo que está dando suporte aos criminosos”.

“Sabemos que aqueles que são operadores do crime têm muita dificuldade em falar, porque entendem que suas vidas também estão em jogo caso entreguem os mandantes”, continuou.

“O Brasil não pode, de forma alguma, aceitar, porque parece uma tentativa de evitar que os verdadeiros culpados e mandantes sejam expostos, investigados e punidos”, afirmou.

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