Mas o que é esse tal Fórum Social Mundial?

A Coletiva de imprensa com a mídia livre foi aberta por Rita Freire, uma das mulheres integrantes do grupos que ajudam a organizar o Fórum Social Mundial. Rita fez um protesto contra a tirania do golpe na gestão da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), única empresa púbica de mídia do Brasil e que foi proibida de cobrir o evento neste ano. Consequência das atrocidades que vieram com perda de direitos no país. Realizado na Universidade Federal da Bahia (UFBA), o Fórum deste ano chega para mostrar ao sistema posto que isso não será aceito.
Geralmente as atividades são todas feitas simultaneamente, mas pela primeira vez, o encontro terá suas atividades paralisadas por algumas horas, em um dos dias, para a realização de uma assembleia mundial de mulheres, momento dedicado ao debate das lutas que virão no próximo período.
Para esta edição, mais de 120 países estão em Salvador, 25 mil pessoas já haviam se inscrito antes mesmo do primeiro dia de atividades e ao todo, neste ano, acontecerão mais de 1600 atividades. Um centro de mídia está organizado para a cobertura independente e colaborativa.
Mariana Dias, presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE) também auxiliou nos trabalhos da coletiva de imprensa. Um acampamento de juventude também está instalado no FSM.  A jovem é bahiana e desta forma, uma das anfitriãs do evento neste ano.
Para a jovem, neste ano, o lema é acertado.
“Estamos aqui para celebrar o trabalho coletivo para construção do encontro.
Mas temos que refletir de maneira crítica, o motivo pelo qual, tanta gente veio a Salvador para o Fórum. O momento do Brasil justifica a viagem. Mesmo com a
Vamos discutir aqui as limitações e as dificuldades que cada povo passa, cada situação singular, cada cultura, cada forma de organização para uma luta conjunta. A ideia é não permitir mais um mundo de opressão, de racismo,
Temos que responder no que nossa união pode contribuir pra transformar nosso país? finalizou, Mariana.
Embora a curiosidade dos jornalistas sobre as atividades práticas fosse grande, é importante encarar o FSM como um instrumento novo na luta popular do mundo.
Mauri Cruz, também integrante de um grupo de trabalho de organização do Fórum, explicou que, embora já existam diversos movimentos sociais que lutam cada um em seu campo, o encontro desse ano vem para juntar as iniciativas com um lema para enfrentar um sistema que não assume compromissos com a humanidade do mundo.
“O desafio aqui é metodológico, já lutamos muito para mudar as condições de vida daqueles que representamos. O FSM se propõe e ser um espaço horizontal para construir essas alternativas.
“A narrativa da mídia deve ser clara, ninguém é dono do Fórum, o FSM é autogestinado. Temos um coletivo brasileiro de organizacões que faz o processo de facilitação.Ninguém é dono, ninguem decide a programação sem uma consonâncias de ideias, é essa é a riqueza do FSM”.
Milena Nascimento, também soteropolitana e representante de povos de terreiros lembrou das dificuldades impostas nos últimos seculos para a população negra que resiste e luta.
Falando da programação, Milena convidou todos para a Plenária Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matrizes Africanas de Terreiros, que acontecerá nos dis 14 e 15 de Março, durante todo dia. “A discussão passa por trazer luz a um grave problema para povo negro: o genocídio. Somente com esse enfretamento a população negra poderá verdadeiramente viver seu Axé.” Finalizou, Milena
 O Fórum não tem um ato de abertura tradicional, então nesta terça (13), todos os participantes do encontro, juntos, realizam uma caminhada, com concentração no Campo Grande, até a Praça Castro Alves.
Para a massa que veio ao Fórum o desafio é sair de Salvador com estratégias comuns, demonstração de coisas que pessoas, movimentos e coletivos já fazem de modo diferente do sistema, e que está dando certo, assim, dá para ver que um outro mundo é possível e outra relação de democracia já está em curso.

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