Médicos protestam contra Temer durante Congresso de Medicina, em Curitiba

Cerca de 150 médicos e estudantes de Medicina participaram de um ato em defesa do SUS durante o 14° Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade (CBMFC), em Curitiba. O protesto ocorreu no início da tarde deste sábado (4), por iniciativa da Rede de Médicas e Médicos Populares, que está presente em 13 estados brasileiros. Integrantes da Direção Executiva Nacional de Estudantes de Medicina (DENEM) também participaram da mobilização.

Com cartazes, faixas, jograis e palavras de ordem, os profissionais denunciaram o desmonte da saúde pública promovido pelo governo de Michel Temer, em especial pela ação do ministro da Saúde, o ex-deputado paranaense Ricardo Barros. Os manifestantes pediram a saída de Temer da presidência e o fortalecimento do SUS.

Leandro Araujo, médico de família e comunidade em Fortaleza (CE), integrante da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares, explica a intenção do protesto: “A nossa ideia é fazer um despertar para toda a sociedade para o que está ocorrendo nessa conjuntura atual de governo ilegítimo, que está retirando tantos direitos das trabalhadoras e trabalhadores, no sistema público de saúde e de toda a sociedade”.

O congelamento dos gastos públicos via Emenda Constitucional 95 (que ficou conhecida como PEC 25) é elencada como um dos principais ataques à saúde pública, somada às outras medidas promovidas pelo governo de Michel Temer, como a reforma Trabalhista: “São contrarreformas que trazem prejuízo a toda população, e isso repercute na saúde pública e dentro da estratégia de saúde da famílias e da atenção primária. Por isso nós repudiamos todos esses ataques”, completa.

“Nós queremos também anunciar a esperança de que o SUS do tamanho do povo brasileiro é possível, assim como uma sociedade mais justa e igualitária”, propõe o médico.

Fabiana Cunha da Silva, médica de família e comunidade no município de Itapipoca (CE), atua há cinco anos pelo Programa Mais Médicos e também integrante da Rede. “Estamos aqui para protestar contra todos os retrocessos que a nossa Saúde está sofrendo”, explica.

De acordo com a médica, a mobilização teve como objetivo chamar a atenção para a necessidade de defender a saúde publica. “O SUS tem seus problemas, sim, temo que admitir, mas ele é um direito de todos nós. Por isso estamos aqui nesse congresso lutando contra esse os demandes desse governo golpista e os retrocessos que ele vêm impondo”, garante a médica.

Congresso

O CBMFC é realizado a cada dois anos pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. Nesta edição, o evento ocorre no Expo Unimed, no campus da Universidade Positivo. A escolha do local do evento, na avaliação de Leandro Araujo, indica uma proximidade preocupante dos planos privados com o atendimento primário à saúde.

“No cronograma das atividade do congresso há atividades voltadas para o atendimento à saúde primária no sistemas privado. Nós defendemos a saúde não como uma mercadoria, e sim como um direito de cada brasileiro e brasileira. Por isso nós somos contra o mercado privado na saúde”, explicou o médico, sobre o posicionamento da Rede.
Confira a íntegra a carta que será apresentada pela Rede de Médicas e Médicas Populares neste domingo, último dia do Congresso, no link abaixo:

Brasil de Fato

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