Mercantilização da educação: Professores da Newton Paiva, em Minas, repudiam demissões
O Centro Universitário Newton Paiva iniciou neste mês a demissão de dezenas de professores e a redução da carga horária de mais de cem docentes, segundo denúncias feitas ao Sinpro Minas. Um clima de insatisfação tomou conta da instituição, com manifestações e ameaça de saída de alunos.
O Sinpro Minas convoca todos para um ato contra as demissões nesta quarta-feira (12), às 18h, na unidade da Av. Carlos Luz, 800, no Caiçara, em Belo Horizonte. No mesmo dia, assembleia com os professores também será realizada às 20h, na sede do sindicato (Rua Jaime Gomes, 198, Floresta), também na capital mineira.
Desde que começaram, em outubro, os boatos sobre demissões de professores com maior tempo de casa e salários mais altos, o Sindicato dos Professores tomou medidas para evitar as dispensas em massa. O Sinpro Minas solicitou a intervenção da Superintendência Regional do Trabalho (SRT), que convocou as partes para uma audiência em 19 de dezembro, às 9 horas. Por caracterizar demissão em massa, as homologações foram suspensas pelo Sinpro Minas até o resultado da reunião na SRT.
Em novembro, os professores decidiram, em assembleia, pedir esclarecimentos à direção da Newton Paiva sobre as possíveis demissões. A direção do centro universitário negou que haveria demissões em massa, mas assumiu que havia uma diretriz da mantenedora para a redução de custos na instituição. Também informou que as indicações de nomes para as dispensas viriam dos responsáveis pelos departamentos.
Para a diretoria do sindicato, o inconcebível é que a Newton Paiva, ao mesmo tempo em que demite, anuncia em jornal de grande circulação vagas para a contratação de professores. Uma prática constante dentro da lógica mercantil nas instituições privadas de ensino é a contratação de docentes com menores salários e dispensa dos antigos para maximizar os lucros. São professores experientes, mestres e doutores, com anos de dedicação à docência e produção acadêmica que, de uma hora para outra, são descartados pelas instituições de ensino superior.
Além disso, professores denunciam a falta de respeito por parte da direção do centro universitário. Alguns demitidos, ao retornarem à instituição de ensino para buscar seus pertences, teriam sido seguidos e vigiados por funcionários da Newton Paiva. Uma situação desagradável que afronta a dignidade do trabalhador.
A meta de reduzir o quadro de pessoal da instituição de ensino e a forma desrespeitosa com que o processo vem ocorrendo preocupam e demonstram uma clara tentativa de adequação aos interesses mercantilistas e financistas que permeiam a educação privada no Brasil.
O Sinpro Minas entende que a educação é um setor estratégico para a construção de um país justo e soberano e não pode ser guiada pelos princípios do mercado e pela busca desenfreada do lucro, em prejuízo da qualidade do ensino.
Com informações do Sinpro Minas