Mercosul terá programa de mobilidade estudantil semelhante ao Ciência sem Fronteiras
Os governos dos países que integram o Mercosul preparam acordos para garantir que estudantes da região tenham mais facilidades para a obtenção de bolsas de estudo nos vários níveis – superior e pós-graduação. Os ministros da Educação do Mercosul negociam os termos para um acordo referente a um programa de mobilidade estudantil entre instituições de ensino superior na região. Há, ainda, a disposição de resolver o impasse sobre a regularização de diplomas entre os países, queixa constante dos estudantes brasileiros que fazem graduação no exterior.
O Mercosul é formado por Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela e Paraguai – que está suspenso do bloco até abril de 2013. Chile, Equador, Colômbia, Peru e Bolívia estão no grupo como países associados. Há, ainda, os membros observadores: México e Nova Zelândia.
O subsecretário da América do Sul, Central e do Caribe, embaixador Antonio José Ferreira Simões, disse ontem (5) que o programa em elaboração se baseou em vários já existentes, inclusive o Ciências sem Fronteiras e o Erasmus, que é o programa desenvolvido na União Europeia.
“O que foi feito com o Ciência sem Fronteiras será feito também no Mercosul. A intenção é viabilizar que as pessoas estudem, conheçam as formas produtivas além de seus países de origem”, disse o embaixador.
De acordo com Simões, os ministérios da Educação de cada um dos países serão responsabilizados pelo funcionamento e financiamento dos programas. “A partir do momento que se cria esse sistema, deve-se viabilizar o funcionamento do mesmo. As pessoas devem ter pleno acesso ao sistema produtivo do local que escolherem.”
Ao ser perguntado sobre as dificuldades envolvendo o reconhecimento dos cursos e dos diplomas dos estudantes, o embaixador disse que o tema está em discussão, mas ainda não foi concluído. De acordo com especialistas, a harmonização dos currículos é um dos empecilhos para o reconhecimento.
No Brasil, um dos casos emblemáticos é o que se refere aos estudantes brasileiros que vão para a Bolívia cursar medicina. Ao retornarem, eles têm de submeter o currículo a uma série de análises para que tenham o diploma reconhecido. As exigências vão desde o detalhamento da grade curricular até a apresentação de documentos pessoais e vez por outra verificações de conhecimento específico. Os estudantes reclamam da burocracia, da demora e das despesas para a conclusão do processo.
Com informações da Agência Brasil