Ministério Público entra com ação contra escola que demitiu professores em massa

O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Mato Grosso do Sul ingressou no início deste ano com uma ação civil contra a Cnec (Escola Ceneticista Oliva Enciso) por demissão em massa. Após o fechamento de uma unidade em Campo Grande no fim de 2012, cerca de 50 professores foram dispensados sem negociação prévia com o sindicato da categoria.

Na ação, o MPT pede a reintegração dos empregados demitidos e o pagamento de R$ 200 mil como indenização por danos morais coletivos.

A escola realizou as rematrículas entre 26 de novembro e 14 de dezembro de 2012. Porém, a unidade foi fechada sob a alegação de reforma administrativa da direção nacional e número insuficiente de alunos para o ano letivo de 2013. Os funcionários foram demitidos no dia 20 de dezembro.

Os professores alegam que foram prejudicados, porque, diante da expectativa de que haveria ano letivo em 2013, deixaram de procurar emprego em outras escolas da cidade.

Para o procurador do trabalho Leontino Ferreira Lima Júnior, a demissão foi irregular e abusiva, por não ter sido precedida de negociação coletiva. Segundo o procurador, o sindicato deve participar desse processo como forma de resguardar os interesses sociais.

Na ação, o MPT pede a reintegração de todos os professores demitidos e o pagamento dos salários e benefícios, até que negociação coletiva seja realizada. Em caso de descumprimento, a escola seria submetida a uma multa de R$ 5 mil por empregado não readmitido e por dia de descumprimento.

O procurador pede ainda a condenação da Cnec a não mais dispensar funcionários coletivamente sem negociação sindical.

Procurada pela reportagem, a Cnec disse que cumpriu todas as exigências da legislação trabalhista e que vai apresentar as provas de que a dispensa foi regular no dia da audiência, que deve acontecer no próximo dia 21. Dois encontros anteriores já foram desmarcados pela empresa.

Do UOL

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