Morte de Ágatha levanta novamente debate sobre violência no Brasil, que bate recorde

A morte de Ágatha Félix no Rio de Janeiro por policiais militares levantou novamente o debate sobre a violência no Brasil. Morta durante uma operação policial no Complexo do Alemão, o caso da menina de 8 anos está longe de ser pontual. Ela foi a 16º criança vítima de violência armada neste ano, isto só na região da Grande Rio.

De acordo com o último Atlas da Violência, publicado em junho de 2019, em 2017 houve 65.602 homicídios no Brasil, o que equivale a uma taxa de aproximadamente 31,6 mortes para cada 100 mil habitantes. Este é o maior nível histórico de letalidade violenta intencional no país.

E assim como Ágatha, esses alvos têm classe social: 75,5% das vítimas de homicídio no Brasil em 2017 eram negras. A maior parte garotos jovens e com baixa escolaridade. De acordo com o estudo, para cada indivíduo não negro vítima de homicídio, houve 2,7 negros mortos, ou seja enquanto a taxa de homicídio de negros cresceu 33,1%, a taxa entre os não negros cresceu 3,3%.

Para quem acredita que a solução é armar a população, o Atlas mostra que, apesar dos números alarmantes, o Estatuto do Desarmamento, implementado em 2003 no então governo de Luiz Inácio Lula da Silva, diminuiu a velocidade com que as mortes por armas de fogo cresciam no Brasil.

A Média de crescimento dos homicídios nos 14 anos anteriores ao Estatuto era de 5,44% ao ano. Já nos 14 anos após a sua implementação foi de 0,85% ao ano. Desde o início de seu mandato, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) vêm flexibilizando o Estatuto do Desarmamento por meio de decretos que facilitam o porte e a posse de armas no Brasil.

Brasil de Fato

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