Mulher, mãe e professora

Por Neizy Cardoso*

Desde pequena quis ser professora, apesar de também admirar a vida da aeromoça. Após os treze anos, não tinha dúvidas: o Magistério me cativara. Faria o Curso Normal do Magistério, com formação de professora. Seguiria a carreira de minhas tias e primas, definindo assim minha profissão – isso em plena na adolescência, na minha querida Itararé.

O curso era cheio de atrações pedagógicas e práticas docentes sedutoras que me motivavam a seguir, com empenho e ousadia, aquela profissão preferida pelas mulheres na década de 1960.

Era época de novidades na MPB (Música  Popular Brasileira) e a gente ouvia “Viola enluarada”, “Carolina”, “A banda” e “Se todos fossem iguais a você”, que estavam nas paradas de sucesso da época e nas cabeças de normalistas  sonhadoras como eu.

Apaixonei-me e me casei algum tempo depois de formada. Aos 26 anos já me transformara numa mulher e  professora, que sabia das dificuldades de conciliar a vida de mãe, esposa e profissional do magistério.

Meu primeiro filho nasceu em 1971 e eu o deixava, após minha licença gestante, com a Ruth, sob a supervisão de minha mãe, Dona Cotinha, que muito me auxiliou nessa vida de mulher, professora e mãe.

Era comum  dormir e acordar de madrugada para amamentar meu filhote, hoje pai do Luiz Felipe e José Pedro. Isso nunca me fez cansar, pois mulheres são fortes e não desanimam facilmente. E assim trabalhando, sendo mãe e esposa, não derrubei a peteca em nenhum momento. Tive mais duas princesas, Ana Clarice e Maria Luísa, que vieram formar meu trio de ouro.

Por fim consegui provar  que toda mulher pode ter jornada dupla, tripla nas mais diversas ocupações e mostrar às pessoas que é uma especial criatura.

*Neizy Cardoso é presidenta da Aflaj, do Sinpro, ex-vereadora e autora dos livros “Encantos e desencantos” e “A vida em movimento”.

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