Mulheres ampliam protagonismo político na reta final para o primeiro turno
São Paulo – O sucesso das manifestações deste sábado (29) contra o fascismo retoma o poder de mobilização do campo progressista por meio do protagonismo das mulheres. A hashtag #EleNão levou perto de 250 mil pessoas ao Largo da Batata, em São Paulo, e uma multidão à Cinelândia, no Rio de Janeiro, com concentrações também significativas em Belo Horizonte, Porto Alegre, e tantas outras cidades do país e do mundo.
“Um dia histórico. Milhares de pessoas se reuniram na Redenção num ato embalado pela força das mulheres. O ódio não vai nos vencer. Juntos e juntas vamos derrotá-lo. A gente tem esse poder”, afirmou a deputada Maria do Rosário (PT-RS), em sua conta no Twitter, depois de participar das mobilizações em Porto Alegre.
O candidato à presidência Fernando Haddad também comemorou o dia de mobilizações e o protagonismo das mulheres: “O amor irá vencer o ódio e as mulheres irão decidir estas eleições”, afirmou, direcionando a mensagem no Twitter para a sua candidata a vice, Manuela D’Ávila, que participou das mobilizações em São Paulo.
O histórico 29 de setembro de 2018 foi marcado também por uma declaração do candidato alvo dos protestos, Jair Bolsonaro (PSL), ao jornalista José Luiz Datena, de que não aceita outro resultado que não sua vitória nas eleições deste ano. “O que mais nos interessa não é a declaração de um candidato, mas a reação do povo diante dessa declaração”, disse Manuela aos jornalistas neste sábado, ao comentar a entrevista de Bolsonaro.
“As mulheres ocuparam as ruas e não vão deixar o Brasil retroceder”, disse Sonia Guajajara, candidata a vice de Guilherme Boulos (Psol). Para as mulheres, as mobilizações deste sábado revelam que o povo é capaz de se unir para defender a democracia.
O candidato à presidência Guilherme Boulos usou sua conta no Twitter para criticar a ausência de cobertura da TV nos atos deste sábado. “Em 2016, a TV interrompeu jogo de futebol para mostrar os manifestantes de verde e amarelo na Paulista. Ontem, teve até reprises, mas quase não teve cobertura dos atos gigantes do #EleNão. Democratizar a comunicação é enfrentar esse tipo de partidarização da mídia brasileira”, afirmou.
Depois da caminhada, mobilização continua na Av. Paulista: sem espaço para a política de ódio e preconceito