‘Não é guerra, é genocídio’, afirma Lula sobre massacre de civis na Palestina
Lula teme o genocídio. Maioria das vítimas de Israel são mulheres e crianças. Enquanto isso, autoridades locais chamam árabes de “animais”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a brutalidade do Estado de Israel em conflito contra o povo palestino. “Não é uma guerra, é um genocídio”, disse. Sob justificativa de combater o grupo político armado Hamas, o país sionista promove um massacre contra civis nos territórios da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. Massacre repetido ao longo de décadas de avanços territoriais contra os árabes. Embora justifique suas ações por um ataque do Hamas no dia 7 de outubro, Israel promove uma violência sem precedentes. Então, já deixa, entre os mais de 6 mil mortos, mais de 60% de mulheres e crianças.
Gaza tem mais de 50 mil grávidas. São cerca de 160 partos por dia de acordo com a ONU. Contudo, Israel não padece de sentimento de humanismo. Ao contrário, as vozes sionistas ecoam os mais profundos preconceitos. “Lutamos contra um povo de animais e agimos de acordo”, disse o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, no dia 9 de outubro. “Exterminem as famílias, mães e crianças desses animais. Eles não podem viver mais”, disse o veterano Ezra Yachin, em comunicado aos reservistas convocados ao massacre. “Não ligo para Gaza (…) eles podem sair nadando pelo mar”, disse a ministra das Mulheres, Maya Golan. “Animais humanos serão tratados de acordo, querem o inferno, terão o inferno”, disse o general Ghassan Alian no dia 9 de outubro em suas redes sociais.
Voz contra o genocídio
Em um papel histórico de diplomacia, Lula evita subir o tom. Condena os ataques do Hamas, inclusive chama a reação armada do grupo que representa um povo oprimido historicamente de terrorismo. Contudo, os fatos diários, da forma mais amena possível, pedem racionalidade. Lula cobra ajuda humanitária, a entrada de mantimentos e remédios, a saída de civis, inclusive brasileiros, reféns do estado israelense. “Não se trata de discutir quem está certo, quem está errado. Quem deu o primeiro ou o segundo tiro”, disse Lula.
O presidente lembrou que Israel “já matou quase 2 mil crianças que não têm nada a ver com essa guerra. São vítimas. Sinceramente, não sei como um ser humano é capaz de guerrear sabendo que o resultado é a morte de crianças inocentes”, completou.
O Brasil, temporariamente na presidência do Conselho de Segurança da ONU, firmou com a grande maioria dos países um acordo humanitário. Contudo, apenas duas nações foram contrárias: Israel e Estados Unidos.
Cooperação vergonhosa
Israel vive um regime sionista de extrema direita comandado por Benjamin Netanyahu. Durante o governo do extremista Jair Bolsonaro (PL), no Brasil, o país assinou tratados de cooperação com o estado sionista. Há, em torno dos radicais brasileiros, sobretudo os extremistas religiosos neopentecostais, um grau de adoração a Israel, como representante de “um povo escolhido por Deus”. Então, agora, movimentos internacionais cobram que Lula revogue estar parcerias traçadas por um governo que se coadunava com o dito “destino” dos sionistas de praticar atos que bem entendem.
O movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) pede uma revisão dos acordos por parte de Lula em face ao genocídio. “Profundamente chocados”, afirma o grupo que organiza diferentes movimentos em todo o mundo e inclui gente como o músico ex-Pink Floyd Roger Waters, que está no Brasil. Estes acordos, sobretudo, têm relação com questões armamentícias. “Muitas pessoas no Brasil, especialmente a comunidade negra, sabem que estes acordos militares, de cooperação para tecnologia, armamentos e treinamento não irão apenas exacerbar a matança na Palestina, mas também no Brasil”, completa a entidade.