Não vai ter golpe’: Ruas de todo o país são tomadas por manifestantes em defesa da democracia
Os movimentos sociais realizaram grandes atos em todo o país nesta quinta-feira (20). Milhares de pessoas ocuparam as ruas em defesa da democracia e contra qualquer tentativa de golpe e retrocesso. Os manifestantes gritavam palavras de ordem como “Não vai ter golpe!”, “Nenhum direito a menos”, “Em defesa da democracia”, “Contra o golpismo da mídia”, “Reforma política já”.
Os diretores da Contee também participaram. Em Porto Alegre, o coordenador da Secretaria-Geral da Confederação, Cássio Filipe Galvão Bessa, estava entre os milhares que se reuniram na Paróquia Pompéia para o lançamento do Movimento em Defesa da Democracia e dos Direitos Sociais. O objetivo do movimento é buscar alternativas contra os ataques aos direitos sociais. Na ocasião, foi assinada a Carta de Porto Alegre.
Em Belém, o coordenador da Secretaria de Organização Sindical, José Ribamar Barroso, também saiu às ruas. Na capital do Pará, faixas e cartazes defendiam a democracia e pediam melhoras nos serviços de saúde. Um boneco gigante do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, vestido de presidiário, acompanhou a passeata.
Em Belo Horizonte, onde estava o coordenador da Secretaria de Assuntos Jurídicos, João Batista da Silveira, o ato saiu da Praça Afonso Arinos, ocupou a Avenida Afonso Pena e Praça Sete, e encerrou com um culturato pela democracia na Praça da Estação. As lideranças fizeram falas contra a redução da maioridade penal, contra a terceirização, em defesa da Petrobras, por um Brasil soberano, pela taxação de fortunas e mais investimentos na saúde.
Já a coordenadora da Secretaria de Assuntos Institucionais, Nara Teixeira de Souza, marcou presença na mobilização em Cuiabá em defesa do #BrasilDaDemocracia. A concentração foi na Praça Ipiranga.
Em São Paulo, mais de 60 mil pessoas se concentraram no Largo da Batata e depois saíram em direção à Avenida Paulista, incluindo a coordenadora-geral da Contee, Madalena Guasco Peixoto. “Fui de vermelho com a bandeira do meu país. Eu luto desde a idade de 13 anos, estou com 61. Uma manifestação dos movimentos sociais onde um representa muitos”, escreveu depois em seu Facebook. E acrescentou: “40 mil numa quinta feira é muito mais do que 135 mil onde cada um representa a si próprio e num domingo. Não preciso falar sobre isso os inteligentes sabem a diferença e a mídia e os outros reacionários sabem também . Contra o Golpe, pela defesa dos direitos dos trabalhadores,contra a chamada agenda positiva”.
“Que bonito. É muito diferente do último domingo”, afirmou a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral. A líder estudantil comparou a manifestação desta quinta, apoiada por mais de 50 entidades ligadas a movimentos populares “por mais direitos, por avanços e sem retrocessos” com os protestos que chamou de “golpistas” promovidos por organizações que pregam a derrubada do governo Dilma. “Viemos defender a democracia. Intervenção militar acontece todos os dias nas periferias deste país, matando pretos e pobres.”
Carina não deixou de acentuar críticas à condução da política econômica e ao ajuste fiscal: “O governo federal tem de estar mais conectado com o povo. Viemos trazer a agenda da juventude, dos trabalhadores, dos direitos sociais. O ajuste fiscal já retirou R$ 10 bilhões da educação.”
A presidenta da UNE protestou contra a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171, que reduz a maioridade penal, aprovada ontem pela Câmara em segundo turno. “Estão querendo encarcerar a juventude pobre. A juventude precisa de salas de aula, e não de celas.” Ela concluiu elogiando a união das forças progressistas em torno da manifestação: “Viva a unidade dos movimentos sociais”.
Também presente, o presidente da CUT, Vagner Freitas, enfatizou que a manifestação defende um projeto nacional de desenvolvimento, com geração de empregos e renda e redução das desigualdades. “Queremos respeito à democracia. Quem perdeu as eleições tem de parar com esse negócio de terceiro turno e se preparar para 2018”, afirmou Vagner.
O presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, foi outro que discursou durante o ato em São Paulo e denunciou o interesse da elite brasileira em oprimir a classe trabalhadora. “Esse Congresso conservador quer acabar com ciclo de mudanças pautando uma agenda regressiva.” Ele convocou os manifestantes a derrotarem essa agenda e afirmarem a retomada do rumo progressista e de avanços sociais que marcaram a última década no país.
Com informações do Portal Vermelho, da Rede Brasil Atual e do Portal CTB