No mais longo dos dias, não haverá futebol
Neste domingo, 30 de outubro, o jogo é outro; a vitória é outra: vote Lula
Por José Geraldo de Santana Oliveira*
“Brasil está vazio na tarde de domingo, né?
Olha o sambão, aqui é o país do futebol
Brasil está vazio na tarde de domingo, né?
Olha o sambão, aqui é o país do futebol
No fundo desse país
Ao longo das avenidas
Nos campos de terra e grama
Brasil só é futebol
Nesses noventa minutos
De emoção e alegria
Esqueço a casa e o trabalho
A vida fica lá fora
Dinheiro fica lá fora
A cama fica lá fora
Família fica lá fora
A vida fica lá fora”
(Música de Milton Nascimento e Fernando Brant, 1970)
Passados mais de 50 anos do lançamento dessa bela música, o Brasil continua sendo o país do futebol. Por certo, não mais o que o joga com técnica mais apurada e com alegria contagiante, como dantes. Tanto isso é verdadeiro que já se vão 20 anos desde a última conquista mundial.
Porém, isso não é suficiente para empanar a paixão do/a brasileiro/a por ele, que continua vívida e pujante. Nas tardes de domingo, as dezenas de milhões de brasileiros/as que o veneram voltam-se às partidas que o movimentam, como se, pelos 90 minutos de um jogo, a vida parasse e nada mais importasse.
No próximo domingo, 30 de outubro de 2022, excepcionalmente, não haverá futebol. Isso porque, nesse dia — simbolicamente, o mais longo dos dias, ao menos nos últimos 34 anos, quando se promulgou a Constituição Federal, que o atual governo cotidianamente rasga e pisoteia —, todos/as cidadãos/ãs, não importando a escolha partidária, a crença religiosa e a preferência futebolística, terão compromisso inadiável com a ordem democrática, sem a qual o futebol não passa de medo e arremedo.
Nesse dia, que cravará marca indelével no presente e no futuro, o Brasil, graças ao compromisso e à bravura dos/as milhões que o querem livre, soberano, solidário, plural e justo, vai reencontrar-se consigo e com sua trajetória rumo ao porvir: dizendo não às trevas que têm como guia Bolsonaro e seus horrores, e sim à fresta de luz que ainda palidamente se descortina no horizonte, votando Lula.
Com os singelos “confirma” no número 13, registrados nas dezenas de milhares de urnas eletrônicas, haverá esperança de dias melhores e ornados com a áurea da paz, da tolerância, do respeito e amor pela diversidade e pluralidade, pela solidariedade e justiça social.
É hora de renovar e evocar o brado que o imortal estadista Ulysses Guimarães — a quem o Brasil deve muito e ainda não fez justiça —, ao promulgar a Constituição de 1988, farol de quem não quer mais Bolsonaro e as desgraças que ela carrega e encarna, lançou no eco atemporal: Muda, Brasil.
Vota, Brasil!
Vote, Lula.
*José Geraldo de Santana Oliveira é consultor jurídico da Contee