“Nunca vi nada parecido”, diz Alckmin, sobre “estrago” deixado por Bolsonaro
“A impressão que se tinha é de que não havia gestão e que tudo era decidido aleatoriamente”, continuou o vice. Ele teria comentado. “Que bom que vencemos. O Brasil não suportaria um segundo governo de Jair Bolsonaro”
O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), que coordenou transição do novo governo, afirmou estar espantado com o que ele viu de estrago feito pelo atual governo. “Desde que entrei na vida pública, nunca vi nada parecido”, afirmou Alckmin, segundo Daniel Cesar no site Último Segundo. Nas palavras do ex-governador de São Paulo, os indicadores são desastrosos.
“A impressão que se tinha é de que não havia gestão e que tudo era decidido aleatoriamente”, continuou o vice-presidente. Alckmin teria comentado: “Que bom que vencemos. O Brasil não suportaria um segundo governo de Jair Bolsonaro”.
Alguns problemas graves já foram externados para a mídia, mas segundo um assessor que esteve na transição, a situação é muito pior do que a mensurada. “Há documentos desaparecidos, há apagões de dados que sempre existiram em governos anteriores e há rombos financeiros inexplicáveis”, diz. Questionado se a questão deve ser tratada como corrupção, a resposta é automática. “Nem isso dá para saber, simplesmente não existe registro de nada”.
“Os dados dão a entender que o governo Bolsonaro aconteceu na Idade da Pedra em que não havia palavras ou números”, teria comparado o futuro vice-presidente. “Há sistemas governamentais que não são abastecidos desde 2020 e ninguém tem explicação”, confidenciou ao site um participante da reunião de domingo que concluiu os trabalhos.
“A verdade é que o governo Lula não tem como saber o que precisa ser feito com base nos indicadores porque eles não existem. A política pública terá que ser criada do zero”, garante. “O desempenho do governo Bolsonaro foi tão ruim que qualquer trabalho mais ou menos será melhor. Não é difícil superá-lo”, confidenciou um parlamentar que esteve na reunião.
A afirmação não se refere somente a dados, mas principalmente fatores que mudam as vidas das pessoas. Um exemplo dado é o Auxílio Brasil. O governo Bolsonaro, segundo a equipe de transição, não tem as informações cadastradas corretamente de quantas famílias, de fato, precisam do Auxílio e quem recebeu de forma irregular. “O pente fino quem fez foi a transição, cruzando dados com vários sistemas. O trabalho terá que ser dinamizado em 2023, com isso, milhares de novas famílias serão atendidas”.