O Brasil que se movimenta, para!
Um dia histórico, este 28 de abril. De Norte a Sul, de Leste a Oeste, os que produzem a riqueza e o progresso do Brasil entram em greve geral e realizam manifestações em defesa de seus direitos e contra as investidas do Governo Temer e de seus apoiadores, no Congresso e na mídia, aos direitos dos trabalhadores, da sociedade e da Nação. Movimentos sindicais, populares e religiosos e estabelecimentos de ensino se unem numa articulação ampla e irrestrita de defesa da inclusão social, da valorização do trabalho e dos direitos dos cidadãos.
Em abril de 2016 o país foi assaltado por um golpe organizado pelo Capital contra o Trabalho. A maioria do Legislativo, com a cumplicidade do Judiciário e participação de integrantes do Executivo, afastou a presidenta legitimamente eleita e atacou as conquistas democráticas, sociais e trabalhistas acumuladas desde adoção da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), em 1943; a redemocratização, em 1985; e a Constituição Cidadã, de 1988.
A greve geral de hoje tem como tema central a Reforma da Previdência, que inviabiliza a aposentadoria e condena os assalariados a improváveis mais de 50 anos de trabalho registrado. Mas, devido ao tamanho dos ataques que sofremos desde a posse de Temer – precarização do trabalho, terceirização de todas as atividades, revogação da CLT (travestida de Reforma Trabalhista) –, ganha uma dimensão ainda mais significativa. A maior greve de nossa história, desde a primeira, lá atrás, em 1917, assume o caráter de defesa da democracia, do trabalho, da cidadania e da Nação. Um grande repúdio a tudo o que representa o governo golpista que nos foi imposto.
Para nós, educadores, é um orgulho participarmos deste momento histórico, ministrando nossa aula de cidadania nas capitais e no vasto interior deste país continental. Nunca a adesão de nossa categoria foi tão grande. Nunca foi tão imensa a nossa presença nesta afirmação de defesa de direitos e de cumprimento de deveres diante da Nação.
Com certeza, nossos alunos e seus pais, mães e responsáveis estão orgulhosos de nossa presença e de nosso exemplo de construção de um país soberano, democrático, com compromisso de justiça social. O Brasil mostra a sua cara, e nela estamos nós, educadores.
Nas ruas, hoje, o assunto é a greve. Nossa aula, hoje, é nas ruas.
Nenhum direito a menos!
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino – Contee