País tem protestos contra repressão e pela educação nesta terça

São Paulo – Curitiba volta a receber atos contra a violência e pela democracia nesta terça-feira (5). Trabalhadores do serviço público e de diversas categorias programam concentração a partir das 9h na Praça 19 de dezembro, para saída em marcha até o Centro Cívico – onde se concentram as sedes dos poderes públicos na capital paranaense e palco do massacre do governo do Paraná contra os educadores.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e a CUT anunciam também um dia nacional de mobilizações em solidariedade aos professores do Paraná, violentamente agredidos na semana passada pela polícia do governador Beto Richa (PSDB), e para cobrar de governadores e prefeitos de todo o país o cumprimento do piso nacional da categoria. As entidades orientam os sindicatos filiados a usar a cor preta e a promover, onde for possível, protestos nas Assembleias Legislativas locais.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, participará das mobilizações em Curitiba. Em Brasília, o Sindicato dos Professores do Distrito Federal divulga nas redes sociais vídeo em que afirma que a campanha dos profissionais no Paraná representa a mesma aspiração dos educadores da capital do país. A entidade enviará uma delegação de dirigentes ao ato de Curitiba e fará, também, manifestação na Câmara Legislativa. No Paraná, além do ato pela manhã, os professores fazem assembleia estadual às 14h30 no estádio Durival de Britto (Vila Capanema) para definir se mantêm ou não a greve.

Este ano, o Ministério da Educação anunciou uma atualização de 13,01% no piso nacional do magistério. Com isso, o vencimento inicial da categoria deveria passar de R$ 1.697,39 para R$ 1.917,78 em todo o país. De acordo com a a secretária-geral da CNTE, Marta Vanelli, governadores e prefeitos têm alegado que a necessidade de cortar custos e promover ajustes nas contas impede a concessão dos aumentos salariais necessários ao cumprimento do piso. “Essa justificativa não se sustenta”, diz. Ela lembra que estados mais pobres, como Piauí, Maranhão, Acre, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, já cumpriram seu dever e estão pagando o reajuste de 13,01%. “Enquanto isso, o estado mais rico do país, que é São Paulo, diz não haver condições de fazer sua parte?”, questiona Marta.

A presidenta da Apeoesp, os sindicato dos profissionais em educação do estado de São Paulo, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, observa que o modo de operação dos governos paulista e paranaense é o mesmo. “Em comum há a truculência. Quando não usam a violência explícita, como foi no Paraná, usam a implícita, atos burocráticos, proibitivos para que não possamos nos manifestar, judicializando a greve e determinando que paguemos multa em caso de bloqueios de rodovia para chamar a atenção da sociedade”, disse. Segundo a Apeoesp, 52% dos professores paulistas estão de braços cruzados. Diante da falta de respostas do governo paulista, a entidade pediu a mediação do Tribunal de Justiça de São Paulo. Um audiência de conciliação está marcada para a tarde de quinta-feira (7), no TJ.

Na capital paranaense, haverá caminhada e ato político a partir das 9h, no Centro Cívico, praça que reúne as sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Marta aposta num ato bastante grande, em virtude da escalada de organização que o APP-Sindicato demonstra desde o início do ano e do clima de comoção que tomou conta da cidade e do estado.

Ontem (4), até mesmo o secretário da Segurança Pública de Beto Richa, Fernando Francischini, disse que “nada justifica” o que aconteceu no último dia 29.

Da Rede Brasil Atual

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