Para agradar Trump, Eduardo Bolsonaro diz que coronavírus é culpa da China
O Zero 3 de Jair Bolsonaro publicou nesta quarta-feira (18) mensagem nas redes sociais em que atribui aos chineses a responsabilidade pela pandemia do coronavírus, que hoje apavora o planeta e provoca sérias perturbações na economia global, que parece caminhar celeremente em direção à recessão.
Com isto, o filho ecoa e dá publicidade à teoria racista fomentada por Washington e difundida à boca miúda pelo pai, que vem alimentando e estimulando a intolerância contra orientais nos EUA e inclusive por aqui. Ambos são fãs do presidente bilionário Donald Trump e fazem de tudo para agradá-lo.
O pano de fundo, como sugerem as mensagens reproduzidas acima, é o anticomunismo, arraigado no Clã Bolsonaro e seu séquito, e o duelo geopolítico entre as duas grandes 0potências pela liderança mundial. Como toda e qualquer teoria racista, o preconceito difundido por Eduardo Bolsonaro não tem fundamento científico.
Autoridades chinesas contestam com indignação as ideias emanadas da Casa Branca e, invertendo a versão, chegaram a insinuar que o vírus foi introduzido na China por militares estadunidenses.
Seja lá como for, o fato é que o Brasil nada tem a ganhar, mas tem muito a perder, hostilizando gratuitamente a China para agradar o decadente império americano, ao qual o chefe do Clã que hoje domina o Palácio do Planalto subordinou de forma criminosa a política externa brasileira.
Não é demais lembrar que a China é nossa principal parceira comercial e também a maior fonte potencial, e real, de financiamento externo da maltratada economia nacional, enquanto os EUA, em franca decadência, só têm a nos ofertar opressão, exploração, humilhação e prejuízos, além da possibilidade de guerra contra nossa vizinha Venezuela.
Orientado pelo que o escritor Nelson Rodrigues batizou com muita propriedade de espírito de vira lata, a política externa do governo Bolsonaro ofende a tradição do Itamaraty, carece de patriotismo, contraria a Constituição Federal e afronta os interesses nacionais.
Umberto Martins