Parlamentares exigem cotas de gênero na reforma política
Representantes da bancada feminina da Câmara e do Senado defenderam, em manifestação nesta terça-feira (19), durante reunião da comissão especial que trata da reforma política, a inclusão de proposta de paridade de gênero. Elas defenderam cota de, no mínimo, 30% das cadeiras do Legislativo para as mulheres.
A bancada feminina na Câmara e no Senado criticou o relatório do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), que não colocou em seu parecer as cotas para representação feminina no Legislativo.
“O Brasil nos envergonha. Nas Américas, só temos mais parlamentares mulheres do que o Haiti e Belize. Até no Oriente Médio a presença de mulheres no Parlamento é maior”, destacou a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), engrossando o coro das críticas ao relatório do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), que não colocou em seu parecer as cotas para representação feminina no Legislativo.
A proposta da bancada é que a cota seja aumentada em 5% a cada eleição. “Daqui a 20 anos, a cota será de 50% de mulheres. Somos mais de 52% da população e queremos agora apenas 30% de vagas reservadas para as mulheres, destacam as parlamentares.
Elas disseram ainda que se não houver cota, somente em 2114 haverá 30% de mulheres na Câmara e no Senado apenas em 2118. Hoje as mulheres têm apenas 10% de representação no Congresso.
As mulheres também se manifestaram contra o sistema eleitoral majoritário proposto pelo relator para a eleição de deputadas, o distritão, que vai fazer com que menos mulheres, negros, indígenas sejam eleitos.