Participantes do 2º Consind Extraordinário debatem a conjuntura do Brasil e do mundo

Na tarde desta sexta (28), aconteceu a abertura oficial do 2º Consind Extraordinário, promovido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), que reuniu representantes da Confederação e das entidades filiadas, chegando a um total de 103 participantes.

Os trabalhos foram abertos pelo coordenador-geral em exercício, Alan Francisco de Carvalho, que na sequência passou a palavra para a secretária-geral da Confederação, Madalena Guasco, incumbida de apresentar o regimento do Consind, aprovado por unanimidade.

Em seguida, passou-se ao debate sobre a Conjuntura Nacional e Internacional, iniciado pelo palestrante Nivaldo Santana, Secretário Sindical do PcdoB e Secretário de Relações Internacionais da CTB, que com muita propriedade fez um apanhado a respeito do contexto sociopolítico no Brasil e no mundo, levantando os principais aspectos do cenário.

Nivaldo pontuou que o mundo está vivendo uma transição da unipolaridade liderada pelos Estados Unidos para a multipolaridade comandada pela China. Sinalizou também que ao lado disso, o mundo está vivendo uma crise econômica profunda, marcada por guerras como as ações genocidas em Israel, os conflitos entre Rússia e Ucrânia, as tentativas de Golpe alastradas na América Latina, entre outras barbáries emplacadas pela extrema direita e as forças neoliberais.

Em sua fala, ele alertou que a organização sindical está sofrendo brutalmente com a onda de crescimento da extrema direita, as reformas trabalhistas que retiram direitos e fragilizam a classe trabalhadora. “Nós estamos enfrentando problemas políticos com essas reformas regressivas, enfrentamos problemas também na subjetividade do trabalhador, que acaba se distanciando das suas entidades de classe e passa a adotar, ao invés de falar um por todos, todos por um, as parcelas crescentes dos trabalhadores estão dizendo cada um para si e Deus para todos”, argumentou.

Por fim, Nivaldo destacou a necessidade de combater a desinformação e as fakes News, de retomar com afinco a mobilização social: “nós que atuamos no movimento sindical e orientação classista e lutamos para superar o capitalismo e construir um novo tipo de sociedade, nós devemos considerar que a organização dos trabalhadores, a elevação do seu nível político e consciência de classe, lutar para retomar a mobilização social em larga escala no intuito de viabilizar a derrota da extrema direita, são as tarefas centrais colocadas.

Depois de ouvir atentamente a exposição de Nivaldo Santana, os participantes colocaram as suas impressões e preocupações acerca da Conjuntura, sinalizando a importância de intensificar o diálogo com as bases para fortalecer os sindicatos, consolidar a consciência de classe e o Estado Democrático de Direito.

Reprodução/Zoom

ALGUNS POSICIONAMENTOS

Para o coordenador-geral (licenciado), Gilson Reis, é preciso reconstruir o pensamento avançado da sociedade socialista e dos trabalhadores. “Essa reconstrução do pensamento é que vai nos dar condições de influenciar a mente desses trabalhadores, de construir e apresentar alternativas à classe, à nossa classe trabalhadora no Brasil e no mundo, de forma muito substancial e de forma muito forte”, ponderou.

Já a professora Madalena Guasco, secretária-Geral da Contee, chamou atenção para a realidade de contradições decorrentes do aprofundamento da crise do próprio capitalismo. “Nós vivemos hoje numa situação muito complexa que exigiria da nossa parte, primeiro, criar mecanismos para tentar reverter a situação; segundo, lutar no campo de unidade para enfrentar os desafios; fortalecer a nossa ação política unitária e fortalecer os sindicatos”.

O presidente do Sinpro Goiás, professor Railton Nascimento, defendeu a definição de estratégias para superar a crise, atrair mais filiados e aproveitar o atual momento político com Lula presidente. “Nós representamos a menor parte da força ativa de trabalho do país e cada vez com menos representação. A maior parte dos trabalhadores estão aí por conta própria, estão na informalidade, estão aí nos aplicativos, desprotegidos. O que fazer para atrair essas mentes e corações? Nós temos o governo do presidente Lula, nós temos o Ministério do Trabalho e temos a oportunidade de construir uma convenção coletiva. Vamos marchar unidos e garantir uma negociação nacional”.

AMANHÃ TEM MAIS CONSIND

Amanhã, a partir das 9h, a programação do 2º Consind Extraordinário continua. Haverá discussão sobre questões educacionais e do trabalho. O encerramento será às 12h.

Por Romênia Mariani

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