Pesquisa revela rejeição maciça aos ataques golpistas do 8 de janeiro

Um ano após os ataques extremistas que destruíram os prédios dos Três Poderes, em Brasília, a pesquisa Genial/Quaest, divulgada neste domingo (7), revela que a rejeição aos atos do 8 de janeiro é expressiva, mesmo entre os eleitores de Jair Bolsonaro (PL). De acordo com o levantamento, 85% dos bolsonaristas desaprovam as invasões. Por outro lado, 94% dos eleitores de Lula condenaram os ataques, em contraposição aos 4% que as apoiaram.

Os números refletem uma rejeição maciça aos eventos, com 89% dos entrevistados condenando veementemente as invasões, enquanto apenas 6% as aprovaram. Esse sentimento de reprovação é uniforme em todas as regiões do país, com percentuais semelhantes no Nordeste (91%), Sudeste (89%), Sul (87%) e Centro-Oeste/Norte (90%). Essa reprovação se mantém consistente em recortes por escolaridade, renda e faixa etária, indicando uma posição unânime contra os atos.

Para Felipe Nunes, diretor da Quaest, a rejeição demonstra a resistência da democracia brasileira. Segundo o diretor, “diante de tanta polarização, é de se celebrar que o país não tenha caído na armadilha da politização da violência institucional”.

Para marcar a data, o governo realiza nesta segunda-feira (8) um ato chamado “Democracia Inabalada” em parceria com o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso. A iniciativa reflete a busca por reafirmar os valores democráticos no país.

Percepção sobre Bolsonaro e investigação em andamento

A pesquisa também abordou a percepção da população em relação ao papel de Bolsonaro no episódio. Em meio à investigação da Procuradoria-Geral da República, os brasileiros se dividem sobre a influência do ex-presidente. Enquanto 47% acreditam que Bolsonaro teve alguma influência nas invasões, 43% pensam o contrário.

O recorte por voto no segundo turno revela uma divergência mais acentuada, com 76% dos eleitores de Lula acreditando na influência de Bolsonaro, enquanto 81% dos votantes no ex-presidente descartam essa possibilidade.

Quanto à representatividade dos invasores em relação aos eleitores de Bolsonaro, 51% dos entrevistados acreditam que são radicais e não representam a base do ex-presidente, enquanto 37% acreditam no oposto.

O levantamento foi realizado entre os dias 14 e 18 de dezembro, envolveu 2.012 entrevistas presenciais com brasileiros com 16 anos ou mais, em todos os estados, e possui uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais.

Veja os destaques da pesquisa

Você aprova as invasões do dia 8 de janeiro?

Aprova: 6%
Desaprova: 89%
Não sabe/não respondeu: 4%

Bolsonaro teve algum tipo de influência no 8 de janeiro?

Sim: 47%
Não: 43%
Não sabe/não respondeu: 10%

Você acha que os participantes da invasão…

São radicais e não representam os eleitores de Bolsonaro: 51%
Representam os eleitores de Bolsonaro: 37%}
Não sabe/não respondeu: 13%

Vermelho

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