Pessoas negras lideram candidaturas nas eleições municipais de 2024

Nas eleições municipais de 2024, um dado chamou atenção: pela segunda vez na história, o número de candidaturas de pessoas negras superou o de pessoas brancas. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 52,7% das candidaturas a prefeito/a e vereador/a foram registradas por negros/as, totalizando 240.587 candidaturas, contra 215.763 candidaturas de pessoas brancas. Este movimento reflete uma expressiva mudança na representatividade política do país e está intimamente ligado a transformações mais amplas na sociedade brasileira.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, 55,5% da população brasileira se identifica como preta ou parda, sendo 45,3% pardos e 10,2% pretos. Pela primeira vez, o número de pessoas pardas superou o de brancos, uma mudança significativa que ocorre após mais de 150 anos desde o primeiro censo do país. Esse fenômeno demográfico, que inclui o crescimento da população negra, também tem repercussões políticas, com mais pessoas negras se engajando ativamente no processo eleitoral e nas candidaturas, ampliando sua presença nas esferas de poder.

Este cenário de aumento de candidaturas de negros/as é resultado das conquistas de movimentos sociais que, ao longo das últimas décadas, têm lutado por maior igualdade racial e por políticas públicas afirmativas. A presença crescente de negros/as na política municipal é um avanço substancial na luta por um Brasil mais justo e inclusivo.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), engajada na luta por uma educação de qualidade e para todos, entende que esse movimento é imprescindível para impulsionar ademocracia e a construção de um país onde as questões raciais sejam devidamente enfrentadas e solucionadas. O caminho ainda é longo, mas os números revelados são animadores.

A educação, como um dos pilares da transformação social, é uma das principais aliadas para o fortalecimento da cidadania negra e para a promoção de uma sociedade mais igualitária.

Diante desse panorama, é importante que todos/as nós, especialmente aqueles que atuam no campo da educação, apoiemos e incentivemos a participação política de negros/as, não apenas nas eleições, mas em todos os espaços políticos. A representatividade negra, além de ser um direito, é um passo essencial para mitigar preconceitos, combater as desigualdades raciais.

É preciso reconhecer e celebrar a diversidade peculiar do Brasil Continental, formado por tantos povos e culturas. AContee reafirma seu compromisso com a luta pela igualdade racial, pela valorização da identidade negra e pelo direito de todos/as à educação, à cultura e à cidadania plena.

Com informações da Agência Brasil

Por Romênia Mariani

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