PIB da China supera projeção anual do governo e cresce 5,2% em 2023
Economia chinesa teve um dos maiores crescimentos do mundo em comparação com as principais economias do Norte Global
O Produto Interno Bruto (PIB) da China teve um crescimento anual de 5,2% em 2023, superando a meta anual estipulada pelo governo de 5%, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas do país. O valor, divulgado nesta quarta-feira (17), atingiu um novo máximo, superior a 126 trilhões de yuans (cerca de US$ 17,7 trilhões ou R$ 87,4 trilhões). Para efeitos de comparação, o FMI estimou o PIB brasileiro para 2023 em US$ 2,13 trilhões.
A taxa de crescimento do PIB da China em 2023 foi 2,2 pontos percentuais maior que a de 2022, chegando a 6 trilhões de yuans (R$ 4,15 bi). Kang Yi, diretor do Escritório Nacional de Estatísticas do país, afirmou que o resultado “não só é superior ao crescimento econômico mundial médio de cerca de 3%, mas também está entre os mais elevados das principais economias do mundo”.
Ainda aguardando os resultados de outros países, o funcionário afirmou que espera que a taxa de contribuição da economia da China em 2023 para o crescimento econômico mundial supere os 30%, “o que torna a China o maior motor do crescimento econômico mundial”, afirmou Kang. O ano de 2023 foi o da normalização das atividades após o fim das políticas de covid zero, mas o mercado global se manteve lento.
Em dezembro, os EUA projetaram um crescimento de 2.6%. No mesmo mês, o Japão, atualmente a terceira maior economia do mundo, elevou sua projeção de crescimento do PIB em 2023 para 1,6%.
A Alemanha escapou da recessão, mas teve crescimento negativo da economia de -0,3%, em parte devido à inflação, os altos preços da energia e uma menor demanda externa. Mesmo assim, o país europeu ainda pode superar o Japão e se tornar a terceira maior economia, segundo projeções do FMI.
A Índia, atualmente a quinta economia mundial, deve crescer entre 6% e 7%. O FMI prevê que o PIB do Reino Unido, sexto na economia mundial, tenha crescido 0,5% em 2023. Também em dezembro, o Banco Central francês reduziu a sua previsão de crescimento da economia do país para 0,8% em 2023.
O consumo foi um dos fatores da recuperação econômica na China em 2023, contribuindo com 82,5% para o crescimento do PIB. O total das vendas no varejo de bens de consumo atingiu um pico histórico, ultrapassando os 47 trilhões de yuans (R$ 32,5 trilhões).
Emprego e balança comercial
Este ano, a China ajustou a forma de medir o desemprego, excluindo os estudantes do cálculo. Cerca de 60% das pessoas na faixa etária de 16 a 24 anos são estudantes.
Para as cerca de 34 milhões de pessoas no mercado de trabalho nessa faixa, a taxa de desemprego de dezembro foi de 14,9%. Também excluindo os estudantes, o desemprego para as faixas de 25 a 29 anos e de 30 a 59 anos foram de 6,1% e 3,9%, respectivamente. A taxa de desemprego urbano nas 31 principais cidades foi de 5%.
Em média, a taxa de desemprego urbano na China foi de 5,2% em 2023, representando uma queda de 0,4 ponto percentual em comparação com 2022.
No âmbito do comércio exterior, o total de importações e exportações de bens em 2023 foi de 41,76 trilhões de yuans (R$ 28,9 tri), representando um aumento de 0,2%. As exportações aumentaram 0,6%, somando 23,77 trilhões de yuans (R$ 16,4 tri), e as importações caíram 0,3%, o que significou 17,99 trilhões de yuans (R$ 12,4 tri).
A balança comercial teve 5,79 trilhões de yuans (R$ 4 tri) de superávit. As importações e exportações de empresas privadas aumentaram 6,3 por cento, representando 53,5 por cento do total, um aumento de 3,1 pontos percentuais em comparação com 2022.
Edição: Lucas Estanislau