Plenária Nacional da CMS articula calendário de lutas para 2012
Aconteceu na quinta-feira (12/04) a 10º Plenária Nacional da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), atividade que reuniu diversos movimentos e entidades sociais do Brasil, no auditório dos Bancários, em São Paulo, para articular o calendário de lutas para o próximo período. A CONTEE participou da atividade, sendo representada pela Secretária Geral da entidade, Cristina Castro, e pela Secretária de Formação e Políticas Sociais, Rita Fraga.
Durante as discussões, ficou estabelecido que será realizada uma grande mobilização nacional em 5 de junho, Dia Nacional do Meio Ambiente e da Ecologia. O foco central das manifestações será contra o capital financeiro que vem sendo o grande vilão do desenvolvimento e luta dos trabalhadores.
Em sua explanação, a Secretária Geral da CONTEE ressaltou a importância da limitação da entrada de capital estrangeiro na educação, atualmente sem nenhuma regulamentação, demonstrando o “descompromisso com o desenvolvimento do Brasil enquanto nação soberana”. A dirigente ainda confirmou a participação da Confederação nas atividades e lutas aprovadas.
A CMS definiu também que suas entidades irão jogar grande peso na Cúpula dos Povos e na Assembleia dos Movimentos Sociais, ambas articuladas junto à agenda do Rio+20 e marcadas para 19 de junho. Segundo os dirigentes, em 20 de junho haverá uma grande Marcha em defesa do Meio Ambiente, na qual se esperam cerca de 200 mil pessoas no Rio de Janeiro.
Para Carlos Rogério Nunes, secretário de Políticas Sociais da CTB, essa articulação da CMS em sua Plenária Nacional é fundamental para sua mobilização. “Entendemos que a CMS precisa assumir um papel mais extenso em torno do Rio+20, propondo uma ampliação do leque dos temas debatidos”, argumentou.
Para o dirigente da CTB, é importante tanto na Rio+20 como na mobilização do 5 de junho deixar claro que a política econômica atual emperra maiores avanços e impedem que o Brasil se desenvolva. “Um país que paga tantos juros como o Brasil e emprega tão poucos recursos em áreas essenciais como saúde e educação precisa fazer esse debate de maneira mais aprofundada”, defendeu.
“Sem colocarmos o bloco na rua, continuarão as tragédias do superávit primário e do fator previdenciário, enquanto a saúde e a educação públicas continuarão à míngua, a reforma agrária não se efetivará, a jornada de trabalho não será reduzida, e tudo ficará mais difícil”, declarou Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT e da direção operativa da CMS, que coordenou a mesa de abertura do evento.
Na avaliação de Rosane Bertotti, “os juros altos e o câmbio sobrevalorizado têm sido o foco dos recentes protestos que tomam as ruas das principais cidades do país, ecoando um sentimento cada vez mais generalizado contra a sangria de recursos ao exterior”. A sobrevalorização artificial do real e a consequente desvalorização das moedas estrangeiras, destacou a dirigente cutista, “vêm encarecendo a produção nacional e barateando as importações, que acabam desindustrializando e tirando os nossos empregos”.
Conjuntura
Para fazer a análise de conjuntura política do Brasil e do mundo e ajudar no debate, a CMS convidou Valter Pomar, coordenador do Foro São Paulo para participar de sua Plenária. Durante sua explanação, ele inicialmente analisou a conjuntura internacional, abordando a crise capitalista em que se encontra especialmente a Europa, e apontando para o declínio da hegemonia dos Estados Unidos. “O sistema capitalista está em crise porque os detentores do capital estão deixando de acumular, a miséria do povo não interessa aos interesses da classe dominante”, destacou.
Quanto aos desdobramentos da crise, o palestrante deixou claro que “estamos vivendo em um mundo incerto e perigoso o que influencia o comportamento das pessoas”. Ainda analisando o atual cenário, Pomar falou da disputa que há entre os novos polos de poder emergentes versus a União Europeia e os Estados Unidos – em curtas palavras, a briga entre a periferia e a metrópole.
Em sua análise da conjuntura nacional, o palestrante afirmou que o foco de luta dos movimentos sociais neste momento atual deve ser contra o capital financeiro. “É preciso que haja uma mudança na postura do governo brasileiro. Do contrário, a ascensão da economia nacional virá atrelada ao aumento da desigualdade social”, destacou.
Fonte: CTB e CUT, com informações da redação