Prefeito é derrotado em votação para o Conselho de Desenvolvimento Urbano de Porto Alegre

Na terça-feira, dia 9, teve início o processo eleitoral para a seleção dos novos membros do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental (CMDUA) em Porto Alegre. A Região de Planejamento 1, abrangendo os bairros centrais da Capital, inaugurou as votações na Câmara de Vereadores (CMPA), nas salas das comissões 301, 302 e 303, a partir das 17h. As filas extensas alcançaram o terceiro andar do edifício da Câmara de Vereadores da cidade.

Com duas chapas concorrendo, a eleição para o CMDUA dividiu-se entre o grupo vinculado ao prefeito Sebastião Melo (MDB), e às construtoras, que buscam explorar novas áreas da capital gaúcha, e aqueles que defendem uma cidade voltada para a população e respeitadora do meio ambiente. Os corredores da CMPA estavam lotados com os 3.000 votantes, que demoravam em média 3 horas e meia para que pudessem votar.

Após uma espera de mais de duas horas para votar, o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, criticou a organização e a confusão generalizada na CMPA. Ele destacou o interesse do prefeito em beneficiar as empreiteiras, apontando a regra de participação que permite que funcionários dessas empresas votem, mesmo não residindo na região. Amarildo denunciou o único propósito da chapa 2, apoiada pela prefeitura e empreiteiras, de vender espaços públicos para iniciativas privadas.

“Vamos resistir e nos organizar para impedir esse avanço desenfreado da especulação imobiliária, que visa apenas o lucro em detrimento da qualidade de vida dos porto-alegrenses”, enfatizou o dirigente.

Calor intenso

O calor intenso na fila de votação foi um desafio adicional. A extensa fila que se estendia por todos os andares da Câmara de Vereadores lotou o local. As condições inadequadas nas instalações de votação receberam críticas dos presentes, que questionaram a organização do pleito, aos gritos de “Fora Melo”.

Alguns eleitores passaram mal devido ao ambiente quente e úmido. Durante a votação, muitos expressaram frustração, ressaltando a importância de ambientes adequados para processos eleitorais, especialmente em órgãos representativos como a Câmara de Vereadores.

Uma aposentada de 70 anos, Fátima Farias, compartilhou sua experiência ao chegar ao local de votação às 18 horas e só conseguir votar às 22 horas, descrevendo a enorme fila que se estendia até o pátio da Câmara e a completa desorganização, inclusive com mudanças frequentes de fila.

Cenci avaliou que a estrutura parecia ter sido intencionalmente projetada para não acolher e dificultar a votação. Ele destacou o engajamento popular como uma resposta significativa ao modo de governar do prefeito Melo.

Vitória da chapa 1

A vontade de mudar a cidade e a resistência da população comprometida com o desenvolvimento sustentável deu certo. A chapa 1 saiu vitoriosa com 59,7% dos votos. Foram 941 votos a favor, contra 636 votos da chapa 2.

Candidato a titular da Chapa 1, Felisberto Seabra Luisi enfatizou que a chapa à qual ele pertence representa uma defesa intransigente do patrimônio histórico, arquitetônico e cultural, assim como da memória da cidade. “A nossa chapa é uma defesa do patrimônio histórico, arquitetônico e cultural, a memória da nossa cidade. Nós não abrimos mão dos nossos patrimônios e da nossa memória. Não abrimos mão do meio ambiente, dos parques sobre o controle público. Isso faz parte de uma construção de quem veio antes e nós temos que respeitar quais vieram antes”, afirmou.

Com informações de Correio do Povo

CUT

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