Professores de Belo Horizonte e Região decidem por greve e marcam nova assembleia na segunda (11/9)
Em assembleia lotada nesta terça-feira (5/9), professores de escolas particulares de Belo Horizonte e região (cidades de abrangência da CCT/MG) decidiram permanecer paralisados, em greve.
A categoria marcou nova assembleia para segunda-feira (11/9), às 9h, no pátio da Assembleia Legislativa (rua Rodrigues Caldas, 30, Santo Agostinho), com o objetivo de avaliar a proposta patronal para a campanha reivindicatória deste ano.
Os docentes também aprovaram uma nova manifestação na porta do sindicato patronal, o Sinepe/MG (Rua Araguari, 644, Barro Preto), para esta quarta-feira (6/9), às 14 horas, horário da assembleia dos donos de escolas.
A categoria reafirmou que não aceitará retirada de direitos nem a alteração de conquistas históricas, como o adicional por tempo de serviço, a isonomia salarial e as férias coletivas. Os professores também reivindicaram a manutenção das cláusulas previstas na Convenção Coletiva de 2019, anterior às mudanças emergenciais aprovadas em função da pandemia.
Mais de mil professores, de mais de 40 instituições de ensino, paralisaram as atividades e participaram da assembleia nesta terça-feira.
“Fizemos mais uma assembleia histórica. Lotamos novamente este pátio da Assembleia Legislativa e demonstramos mais uma vez a nossa força. Os professores resistiram bravamente ao assédio e às pressões, é isso já fez com que os donos de escolas se mexessem em mesa de negociação. Vamos aumentar a mobilização e forçar o patronal a nos respeitar”, destacou Valéria Morato, presidenta do Sinpro Minas.
Ato em defesa dos direitos
Antes da assembleia, os professores fizeram um protesto em frente ao sindicato patronal, enquanto as comissões de negociação estavam reunidas. Centenas de docentes participaram do ato, com cartazes e carro de som, para exigir respeito e valorização profissional. Em seguida, eles fizeram uma passeata rumo à Assembleia Legislativa.
Durante a assembleia, os professores relataram diversas situações de assédio moral e perseguições nas escolas, para tentar impedir que a categoria paralise as atividades e participe das assembleias. “Foi uma semana tensa, pesada. Os diretores tentaram desmobilizar nosso grupo no sábado à noite, e no mesmo dia a escola foi notificada. Eles acharam que iam conseguir, mas ficamos cada vez mais fortes diante da intimidação deles”, disse um professor.
Em resposta ao assédio, o Sinpro Minas tem acionado o seu departamento jurídico, com o objetivo de preservar o direito constitucional dos professores de lutar por seus direitos (clique aqui e leia a nota jurídica do sindicato: O livre exercício do direito à greve).”Essa luta é conjunta. Temos sim que reforçar nossos direitos, que foram adquirimos com muita luta”, afirmou outra docente.
“Estamos fazendo história, dando uma resposta efetiva e contundente ao setor empresarial, que busca reduzir nossos direitos para aumentar os dividendos. Essa greve tem um sentido tão profundo, porque mexemos com a sociedade. Levamos essa discussão para outros lugares, e isso está sendo o maior ganho dos últimos dias. Temos de manter nossa posição firme, de resistência. Não vamos aceitar nenhum direito a menos”, ressaltou Gilson Reis, diretor do Sinpro Minas e coordenador-geral da Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino).
Para a presidenta do Sinpro Minas, a mobilização da categoria, com protesto e paralisações das atividades, foi fundamental para forçar o sindicato patronal a reconhecer a luta dos professores e professoras por melhores condições de trabalho e vida. “Vamos resistir, enfrentar o assédio e mostrar mais uma vez nossa força enquanto categoria profissional que exige respeito e valorização. Sigamos firmes!”, destacou Valéria Morato.