Professores de Minas decidem por paralisação no dia 24/04
A proposta absurda apresentada pelo Sinep/MG na última reunião de negociação deixou os professores indignados. Em assembleia, realizada na sede do Sinpro Minas no dia 13 de abril, a proposta foi rejeitada pela categoria, e os professores decidiram realizar uma assembleia com paralisação, no dia 24 de abril, quarta-feira, às 10 horas no auditório da Associação Médica de Minas Gerais (Av. João Pinheiro, 161 – Centro).
A proposta patronal prevê um reajuste de 6%, abaixo do índice acumulado do INPC, que foi de 7,22%, enquanto a reivindicação dos professores é um reajuste de 13,42%. O Sinep/MG também propõe a criação de pisos diferenciados para a educação infantil e convocação desses professores para quatro horas de reunião sem remuneração, precarizando ainda mais esse segmento. Além disso, quer a mudança na cláusula de garantia de salário de 1º de fevereiro para 1º de março e retirada das bolsas de professores que tenham filhos na educação infantil (0-3 anos).
“A proposta patronal incita a categoria a tomar decisões duras como a paralisação, pois a retirada de direitos significa uma afronta aos professores e um desrespeito aos quase três meses que estamos tentando negociar propostas concretas de valorização da categoria e de melhoria na educação”, afirmou o professor Gilson Reis, presidente do Sinpro Minas.
A professora Maria das Graças de Oliveira, diretora do Sinpro Minas, avaliou que a proposta de retirada de direitos como bolsas de estudo, como quer o patronal, será recebida como uma bomba pelos professores. “Há cada vez mais cobranças no nosso trabalho e, ao invés de valorização, ainda querem retirar direitos”, disse, indignada. O professor José Carlos Arêas, também diretor do Sinpro, lembrou que “os direitos só são garantidos com mobilização”.
A assembleia contou com a participação de professores aposentados como o sr. Manoel Paulo de Oliveira, que conclamou os demais a levarem mais colegas para a próxima assembleia. “Eu podia estar tranquilo em casa, mas a minha vida é de luta”, disse. Um professor universitário presente na assembleia também manifestou a sua insatisfação com proposta do patronal e com a falta de valorização dos professores do ensino infantil. “Eu, como pai de filhos menores, fico preocupado em deixar os meus filhos com um professor que ganha pouco mais de R$ 8,00 por hora”, afirmou.
Do Sinpro Minas