Professores do ABC se manifestam contra a reforma da Previdência
Os professores e professoras do ABC, funcionários do Sesi/Senai, se reuniram em assembleia ontem (22) para discutir a proposta patronal da Campanha Salarial e aproveitaram o momento se manifestando contrários à reforma da Previdência apresentada pelo governo Temer.
No encontro, a insatisfação com a proposta de sucateamento da aposentadoria foi unânime e os docentes estão dispostos a lutar em defesa das conquistas trabalhistas e que nenhum direito seja retirado.
Segundo os professores, essa reforma é um ataque às conquistas históricas da classe trabalhadora e, se aprovada, vai enriquecer ainda mais banqueiros e empresários do setor de previdência privada.
De acordo com a professora Eliana de Souza (44), a reforma da Previdência vai influenciar diretamente na qualidade de vida dos docentes, pois terão que trabalhar muito mais com o sonho de uma aposentadoria bem distante. “Eu vou ficar longe da minha família, dos meus filhos, já que terei que trabalhar por anos a mais e ganhando bem menos, já que o cálculo na média dos salários vai cair em torno de 20%”, afirmou.
Ela reclamou ainda que se a reforma acontecer terá que trabalhar por mais 20 anos. “Nas regras atuais posso me aposentar daqui a seis anos, mas se a reforma for aprovada tenho que batalhar até os 65. Não sei se terei o pique que tenho hoje, já que o desgaste do professor em sala de aula é muito grande”, enfatizou Eliana de Souza.
Já a professora Ana Flávia (46) foi além, questionando que a reforma proposta por Temer vai castigar muito mais as mulheres, ao igualar as idades entre homens e mulheres para a aposentadoria. “Pra mulher é muito pior, já que trabalhamos muito mais. Eu dou aula em duas escolas e trabalho em casa, cuidando das tarefas domésticas e da família. Tenho uma tripla jornada de trabalho. Fico pensando: até quando vou aguentar essa rotina?” questiona Ana.
No entanto, apesar das desilusões com o sucateamento da aposentadoria, os professores e professoras se mostraram determinados na luta enfatizando a greve geral nacional da educação que vai acontecer no dia 15 de Março contra a reforma da Previdência e por nenhum direito a menos.
Por Sérgio Corrêa, jornalista do Sinpro ABC