Professores do Sesi lotam simpósio organizado pelos sindicatos
Não adiantou o Sesi oferecer show em São Paulo, com transporte e até hora extra. Cerca de dois mil professores participaram do simpósio organizado pelos sindicatos da Fepesp, no dia 24/10, em várias regiões do Estado.
O 1º Conexão Fepesp reuniu professores em treze cidades-polos, com o tema “O projeto pedagógico do Sesi na visão de quem ensina”. A iniciativa conseguiu dar voz aos professores, que debateram as consequências de uma proposta pedagógica determinada de cima pra baixo, sobretudo em relação às condições de trabalho.
Não foi uma simples reunião, mas a oportunidade do debate aberto, enriquecido pelas experiências, contribuições e problemas na visão de cada docente.
As deliberações de cada polo ainda estão sendo sistematizadas, mas um aspecto se sobrepôs de maneira acentuada em todos os grupos: a sobrecarga de trabalho. As novas exigências, muitas delas burocráticas, são agravadas pela falta de condições para que sejam realizadas e muitas delas nem são remuneradas.
Outros dois pontos que surgiram com força nos polos foi a manutenção do recesso com trinta dias corridos e os problemas decorrentes da desigualdade salarial entre o Fundamental e Médio.
Intensificação do trabalho
Na primeira parte do simpósio, os professores assistiram por videoconferência à palestra do professor Daniel Mill, da Universidade Federal de São Carlos, que tratou da intensificação do trabalho docente.
O professor destacou que o professor só vai conseguir brigar se souber como funcionam as TDIC [Tecnologias digitais da informação e comunicação] que aparecem e podem ter relação com o seu trabalho.
“Não é a internet que me faz trabalhar mais em casa. É uma pessoa que quer que eu faça isso”, reforçou Mill. Para ele, é preciso analisar o que está surgindo de novo e incorporar a favor de boas condições do trabalho docente.
Sobre a deterioração das condições de trabalho, Daniel prega que, em vez de desistir, o que leva ao isolamento, o trabalhador deve procurar a colaboração e reforçar os sindicatos. “Eu, professor, preciso me ver como parte da coisa. Daí serei mais proativo: cobrando e apoiando minha entidade”.
A palestra completa do professor Daniel Mill pode ser assistida aqui (para acessar, informe nome e e-mail).
Clique aqui para ler a entrevista concedida pelo professor à Fepesp após o evento.
Fonte: FEPESP