Professores rebatem Alckmin: greve na rede pública é por condições de ensino
São Paulo – Em greve há quase duas semanas, professores da rede estadual de ensino de São Paulo reclamam que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) até agora não abriu negociação para receber a pauta dos educadores e segue minimizando a greve.
Em declarações à mídia tradicional, Alckmin disse que “a paralisação não chega a 3% da categoria” e que as escolas estão funcionando. O governador também tentou minimizar a mobilização da categoria, afirmando que a greve é “política”, sugerindo que seja orquestrada por trabalhadores ligados ao PT. Mas a realidade encontrada pela equipe de reportagem do Seu Jornal, da TVT, em visita às escolas, foi bastante diferente.
Em uma unidade em Sapopemba, na zona leste de São Paulo, não tem aula desde o início da greve dos professores. Ao contrário do que afirma o governador, 80% dos professores aderiram à paralisação.
“Tanto o secretário, como o governador estão indiferentes com a situação precária, com o caos na educação, no estado de São Paulo. Indiferentes, e ainda dizem que não existe greve. É mentira. Existe greve, sim”, afirma o professor Cristiano Pereira de Andrade.
Em outra escola, no Parque São Rafael, na zona sul da capital, apenas um terço dos professores está trabalhando. No portão, a diretoria colou cartazes informando quais turmas teriam aula normal, só que a informação é desmentida pelos alunos, que afirmam não ter aulas.
Os professores da rede estadual estão em greve desde o dia 13 de março. Entre as principais reivindicações da categoria estão o fim da superlotação da sala de aulas com turmas de até 25 alunos, alteração na contratação dos professores temporários e reajuste de 75,33% para equiparação salarial com outras categorias de formação superior.
Segundo a presidenta da Apeoesp (sindicato da categoria), Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, as demandas dos professores são conhecidas pelo governo desde o ano passado e que o estado tem condições de atende-las.
“Resolvi aderir a essa greve porque a gente chegou a um estado em que não da mais. Na escola em que trabalho, por exemplo, os alunos estão sem cadeiras, sem carteiras. Não tem carteiras para alunos, não tem carteira para professor”, relata a professora Valéria Tenório de Almeida.
O governador Geraldo Alckmin alega que a greve é prematura porque foi aprovada no ato político do dia 13 de março, sem ao menos uma negociação. Mas, segunda a presidenta da Apeoesp, desde o início do ano os professores vem solicitando reuniões para negociar a campanha salarial – eles têm data-base em 1º de março.
Hoje, os professores realizam assembleia a partir das 14h, no vão livre do Masp, na avenida Paulista, para decidir os rumos da greve. E, na próxima segunda-feira, dia 30, está marcada a primeira reunião de negociação da campanha salarial , na Secretaria da Educação.
Assista a reportagem completa do Seu Jornal, da TVT: