Refinaria privatizada na Bahia deixa população sem gás de cozinha

A Refinaria de Mataripe na Bahia, antiga Refinaria Landulpho Alves (Rlam) da Petrobrás, entregue por Jair Bolsonaro ao fundo árabe Mubadala no final do ano passado, sabotou a produção do gás de cozinha (Gás Liquefeito de Petróleo – GLP), provocando desabastecimento do produto na capital e em várias cidades. Na segunda maior cidade da Bahia, Feira de Santana, e em Itabuna, no sul do estado, revendedoras relataram falta de gás de cozinha desde a semana passada.

Cerca de 60% das revendas estão sem o produto, segundo a Associação de Revendedores de Gás da Bahia, prejudicando os consumidores que dependem do botijão de gás para cozinhar.

Os revendedores têm encontrado dificuldade de reabastecimento nos últimos seis meses, mas a situação se agravou nos últimos 15 dias, impactando a distribuição em todo o Estado.

Segundo reportagem do Jornal Correio, da Bahia, o estabelecimento Mello Santos Comercial de Gás, em Simões Filho, está fechado desde sábado (5) porque não tem mais botijão. “Minha revenda está fechada. Isso quebra qualquer empresa. Temos clientes que ligam e não tem gás. A pessoa vai cozinhar como?”, disse Rosana Mello, proprietária da revenda. “Não só a Ultragaz, a Nacional Gás, todo mundo está enfrentando o mesmo problema, que é com a refinaria, que foi privatizada e é quem fornece o produto aqui na Bahia”, declarou a revendedora.

Robério Souza, presidente do Sindicato Dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (SinRevGás), estima que cerca de 400 revendedoras estejam fechadas por falta de gás, desde a semana passada. Em Salvador, a situação é mais crítica no Subúrbio Ferroviário. “Apuramos 4 revendas fechadas por falta de produto. As pessoas precisam andar 10km para achar um botijão”, disse à reportagem.

A Rlam é a principal fornecedora de derivados do Nordeste e responde por 14% da capacidade de refino no Brasil. Os preços dos combustíveis estão entre os mais caros do país e o gás de cozinha de 13 kg chega a R$ 130 reais em muitas localidades, acima da média nacional em torno de R$ 110.

Acelen, que administra a Refinaria de Mataripe, alegou em nota que a refinaria está passando por manutenção e não deu qualquer prazo para regularizar a situação.

CTB

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