Relator afirma que reforma da Previdência não tem mais previsão para ser votada

São Paulo – O relator da reforma da Previdência, Arthur Maia (PPS-BA), afirmou ontem (23) que o escândalo das denúncias da JBS que ameaça a permanência de Michel Temer (PMDB-SP) na Presidência da República também compromete a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, que pretende alterar o regime de aposentadorias – que, segundo ele, não tem mais data para ser votada. Maia, que esperava colocar a medida em votação no próximo dia 1º, diz agora que “não existe mais data” porque “Joesley destruiu isso”.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo,  o deputado afirma que a previsão para a tramitação da reforma da Previdência é cada vez mais complicada. “O que é difícil hoje será mais difícil daqui a um mês.”

Acuado, ele sequer garante a aprovação da reforma, mas apenas a retomada da tramitação após o fim de atual crise. “Eu posso garantir a vocês que, depois que recuperar tudo isso, eu vou tentar (aprovar a proposta). Mas eu posso garantir que vamos submeter à votação? Não sei. Ninguém sabe”.

Segundo o jornal, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, teria reconhecido na segunda-feira (22) que o calendário de tramitação da reforma da Previdência está prejudicado por causa das denúncias que atingem o governo.

Segundo o deputado, além dos escândalos que assolam o governo Temer, a reforma da Previdência também tem dificuldades de avançar devido à preocupação dos parlamentares com a repercussão nas suas bases eleitorais de um eventual voto pela retirada de direitos relativos à aposentadoria, à medida em que se aproxima o calendário eleitoral de 2018.

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