Representantes do Sinpro/AL discutem com Renan Filho problemáticas da “Escola Livre”

O governador Renan Filho (PMDB) se reuniu com vários representantes da Educação em Alagoas para garantir que o Estado ingressará com uma Ação de Inconstitucionalidade (Adin) contra a Lei “Escola Livre”, que limita a atuação dos professores em sala de aula. A matéria tem gerado uma série de polêmicas e após sua aprovação na Assembleia Legislativa do Estado foi vetada pelo governador.

Depois do veto governamental a matéria retornou para a Casa Legislativa e foi derrubada pelos parlamentares, fato inusitado já que o governador tem maioria ampla na bancada governista.  A questão gerou a movimentação de sindicatos, centrais sindicais e da sociedade civil organizada que julgaram a Lei como uma verdadeira “mordaça”.

sinproal

Em encontro as portas fechadas com os representantes do Sindicato dos Professores de Alagoas (Sinpro), Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal) e da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o governador Renan Filho expôs: “Infelizmente esse modelo de projeto só foi aprovado em Alagoas, o que gerou manchetes negativas para o Estado”.

Renan ainda adiantou que essa Lei foi aprovada sem uma ampla discussão da sociedade e sem o entendimento geral do projeto por parte de alguns parlamentares. “A Procuradoria-Geral do Estado vai preparar a Adin para ingressar no Supremo Tribunal Federal, mas vamos contar com apoio das entidades classistas para que a proposta seja ainda mais substanciada. Acredito que vamos ter êxito na Suprema Corte”, opinou.

A representante da Ufal, Sandra Regina Paz, entregou ao governador uma moção de repúdio do Conselho Universitário da Ufal contra a Lei “Escola Livre”. “Na verdade essa lei não tem nada de livre, essa lei desvaloriza efetivamente os professores na sua capacidade argumentativa e desfoca os principais problemas da educação do nosso Estado. A Ufal entende a importância de se ingressar com uma Adin, de modo a comprovar o que todos já sabem: a inconstitucionalidade da Escola Livre”.

 

Sandra pontuou que “essa lei afronta a Carta Magna, assim como Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a Lei 9394/96, que enfatiza a liberdade de expressão, o livre pensamento, a possibilidade de comunicar o saber e a pluralidade da escola laica. Essas prerrogativas devem ser sempre defendidas e não amordaçadas”.

Já o presidente do Sindicato dos Professores de Alagoas, Eduardo Vasconcelos, salientou que qualquer tentativa de cercear a liberdade de expressão e ir de encontro ao Estado democrático de direito terá a desaprovação do Sinpro. “Os professores merecem respeito e a educação alagoana sofre um verdadeiro retrocesso com a aprovação dessa lei”.

Por fim, Vasconcelos parabenizou a posição do governador e observou que a assessoria jurídica do Sinpro estuda com seu corpo diretivo a possibilidade de ingressar com mais uma Ação de Inconstitucionalidade contra a Lei “Escola Livre”. Em recente nota, o Sinpro colocou: “O educador é um pensador, personagem indispensável nas lutas de classe e um agente de transformação social”.

Quem se fez presente na reunião com o governador foi o defensor público e professor Othoniel Pinheiro Neto, que em publicação de sua autoria classificou a lei como a “maior aberração jurídica que já vi em minha vida, […] uma vez que carrega má-fé, omissões intencionais e manipulação em seu discurso”.

Vale ressaltar que o Projeto “Escola Livre”, hoje Lei “Escola Livre” foi proposta pelo deputado estadual Ricardo Nezinho (PMDB).

Do Sinpro/AL

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