Saaemg, Saaesul e Sinpro Minas: Sindicatos unificam luta pela Campanha Salarial 2023/2024
Os sindicatos dos Auxiliares de Administração Escolar de Minas Gerais (SAAEMG), dos Auxiliares de Administração Escolar da Região Sul do Estado de Minas Gerais (SAAESUL/MG) e dos Professores de Minas Gerais (SINPRO Minas) informam a unificação da luta na campanha salarial 2023/2024. A decisão foi tomada em uma reunião realizada nesta quarta-feira (29), na sede do SAAEMG.
De acordo com os sindicatos, a união para tratar a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2023/24 com o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino no Estado de Minas Gerais (Sinepe-MG) tem como objetivo fortalecer a luta por melhores condições de trabalho e salários dignos para os trabalhadores da educação.
A decisão segue a linha do que já havia acontecido na última semana, quando o SAAEMG e o SAAESUL unificaram suas propostas pelos direitos dos Auxiliares de Educação. Nesta semana, após mais uma reunião de negociação com o Sinepe-MG, realizada na terça-feira (28), foi a vez do SINPRO Minas aderir a luta por toda a categoria.
Segundo o vice-presidente do SAAEMG, Marco Aurélio Bizarria, essa união é primordial para que o Sindicato Patronal entenda que toda a classe dos trabalhadores escolares está unida em um só ideal.
“Diante do acontecido e unidos SAAEMG e SAAESUL, agora também contam com o apoio do SINPRO Minas e não aceitaremos perdas de nossos direitos duramente conquistados. Reconhecendo que somos trabalhadores da educação e tendo como intenção a melhoria das condições de trabalho nas instituições particulares de ensino, queremos o melhor para a educação e, por isso, é necessário equilibrar as forças com os representantes do Sinepe-MG”, declara Bizarria.
Para o presidente do SAAESUL, Leandro Batista, a unificação das propostas de toda a categoria de trabalhadores das escolas mostra que o Sinepe-MG não está disposto a negociar. “Estamos todos unidos, trabalhadores, técnicos e professores nessa luta de ressistência contra a retirada de direitos que é o que propõe o sindicato patronal. A união das categorias de trabalhadores escolares é é contínua e conjunta pelo direito dos trabalhadores”.
Já a secretária-geral do SINPRO Minas, Clarice Barreto, ressalta que apesar de haver diferenças de funções dentro das escolas, a CCT 2023/2024 é igualmente importante para todos os trabalhadores das escolas particulares. “Nossas reivindicações são muito próximas e essa unidade fortalece toda a categoria. Nossos trabalhadores estão lado a lado todos os dias nas escolar, então, nada mais justo que os sindicatos se unirem por uma luta que é todos nós”, afirma.
Negociação continua
Os sindicatos afirmam que estão abertos ao diálogo e esperam que as escolas, por meio do Sinepe-MG, apresentem uma proposta que atenda às demandas da categoria, porém, caso seja preciso, nenhum esforço será poupado para garantir melhorias e dignidade para os trabalhadores da educação em Minas Gerais.
Na prática, o que acontece é que o Sinepe-MG quer diminuir de 5% para 3% o Adicional por Tempo de Serviço (ATS), para os novos trabalhadores contratados a partir da assinatura da CCT 2023/2024. O Sinepe-MG não reconhece as vantagens do ATS, como valorizar e reter os talentos, aumentar a produtividade e reduzir custos com a rotatividade de mão-de-obra.
“Não aceitamos essa proposta pois, com essa diferença, haverá substituição dos trabalhadores com mais tempo de instituição por novatos. O ATS é a única valorização real que recebemos. Afinal, as instituições não oferecem sequer um plano de carreira para os seus funcinonários”, explica Marco Aurélio Bizarria.
Prazo curto
Outro problema enfrentado pelos três sindicatos é o curto prazo que eles possuem para conseguir chegar a um acordo com o Sinepe-MG. Afinal, a data estipulada como limite para a conclusão da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) é a próxima sexta-feira (31).
O assunto inclusive foi tratado na reunião realizada na última terça-feira (28), na sede do Sinepe-MG (Rua Araguari, 644 – Bairro Barro Preto). O Sindicato Patronal propôs a prorrogação da CCT até o final de abril de 2023, o que foi imediatamente rechaçado.
“Não aceitamos essa prorrogação da Convenção Coletiva pois ela não garante a data base. Além disso, será preciso ajuizar um protesto judicial para ganhar tempo para e tomaremos outras medidas judiciais, se necessário, para termos tempo de progredir nessa negociação”, explica Leandro.