Segunda rodada de negociações entre Sinproep-DF e Sinepe-DF avança na defesa de direitos da categoria

A segunda rodada de negociações entre o Sindicato dos Professores de Escolas Particulares do Distrito Federal (SINPROEP-DF) e o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (SINEPE/DF) foi realizada na tarde da última quinta-feira (10).
O encontro, que contou com a participação do assessor jurídico da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), José Geraldo de Santana Oliveira, reforçou o compromisso do SINPROEP com a manutenção dos direitos conquistados e com a valorização dos profissionais da educação privada no DF.
Durante a reunião, o SINPROEP reafirmou pontos considerados inegociáveis para a categoria, destacando seu papel estratégico na garantia de condições dignas de trabalho. Também deu ênfase à necessidade de regulamentar práticas recorrentes que, atualmente, geram insegurança jurídica para professores e instituições.
Um dos temas centrais foi a proposta de criação de um auxílio transporte mais amplo, que não limite o benefício apenas ao uso do transporte público, mas que também contemple os profissionais da educação que utilizam carro próprio, funcionando como uma ajuda de custo para combustível. Além disso, o sindicato destacou a importância da mobilização dos professores e professoras neste momento decisivo das tratativas.
Entre os temas debatidos, estiveram também propostas de alteração em cláusulas específicas da convenção coletiva, como a cláusula sobre redução de carga horária e a redução do valor da multa por descumprimento de cláusulas para escolas adimplentes e sindicalizadas — ponto que gerou divergências entre as partes. No entanto, a discussão econômica ainda não foi pauta desta rodada, estando prevista para o próximo encontro.
O professor Bruno, participante da reunião, deu um depoimento emocionado sobre sua experiência com a redução drástica de carga horária — de 32 para 15 horas semanais — sem comunicação prévia e sem a oportunidade de negociação. O caso ilustra a necessidade de mais transparência, formalização e respeito aos profissionais.
“Essas decisões unilaterais impactam diretamente a vida dos professores. Somos pais, temos responsabilidades e precisamos de previsibilidade”, afirmou Bruno, que leciona há mais de 20 anos.
A direção do SINPROEP também propôs avançar na discussão sobre o contrato mensalista para professores dos anos iniciais, como já ocorre em outros estados, a exemplo de São Paulo. A proposta busca garantir maior estabilidade aos docentes que atuam com turmas fixas, evitando que a perda de algumas aulas comprometa toda a sua renda.
Ao final da reunião, Pedro Rafael, representante do SINPROEP-DF e coordenador da Secretaria de Defesa das Diversidades, Direitos Humanos e Respeito às Etnias e Combate ao Racismo da Contee, afirmou:
“O SINPROEP concluiu hoje sua segunda rodada de negociação com o sindicato patronal do ensino básico. Discutimos seis pontos da pauta, ainda sem entrar na parte econômica, que será tratada no próximo encontro, marcado para o dia 8 de maio. Tivemos divergências em temas como a redução da multa contratual, que o patronato propõe beneficiar apenas escolas sindicalizadas. Vamos avaliar internamente como nossa comissão vai responder a isso.”
Ele reforçou ainda a importância da mobilização da categoria: “Seguimos firmes e confiantes, levando nossas reivindicações com urgência e responsabilidade. É fundamental que as campanhas nos estados sejam fortes e mobilizem as categorias”, finalizou Rafael.
A próxima rodada de negociação entre SINPROEP e SINEPE/DF está marcada para o dia 8 de maio, às 14h30, na sede do sindicato patronal. A expectativa é de que o debate avance para as questões econômicas e que as reivindicações da categoria ganhem encaminhamento efetivo. O SINEPE demonstrou abertura para uma negociação equilibrada, que atenda os anseios de ambas as partes.
Por Romênia Mariani