Sergio Massa e Javier Milei disputarão 2º turno da eleição presidencial da Argentina
Sergio Massa, o candidato da coligação governista, venceu o primeiro turno nas eleições da Argentina neste domingo (22). Ele não era o favorito, e o resultado é considerado surpreendente. Ele vai disputar a presidência com Javier Milei, candidato de ultradireita que, em agosto, havia vencido a votação das primárias.
A apuração dos votos chegou a 90%. A votação dos dois candidatos mais bem colocados no primeiro turno foram: Sergio Massa, com 8,82 milhões de votos, ou 36,31% do total; Javier Milei, com 7,33 milhões de votos, ou 30,18% do total.
O segundo turno está marcado para acontecer no dia 19 de novembro. Milei era o favorito para vencer o primeiro turno porque ele havia sido o vencedor das primárias, a votação em que as coligações políticas escolhem seus candidatos.
A coligação de Massa havia ficado em terceiro nas primárias.
Eleitores dos outros três candidatos vão ser decisivos
Além dos dois finalistas, havia outros três candidatos na votação:
Patricia Bullrich, candidata da direita tradicional, com 23,82%;
Juan Schiaretti, um peronista do estado de Córdoba, com 7%;
Myram Bregman, candidata trotskista de esquerda, com 2,66%
Os eleitores desses três outros candidatos vão ser decisivos para o resultado final dessas eleições presidenciais.
Sergio Massa: uma escolha de última hora
Sergio Massa, de 51 anos, o atual ministro da Economia da Argentina, enfrentou dificuldades dentro de sua própria coligação para se estabelecer como o candidato à presidência.
Ele é considerado um dos políticos mais ortodoxos da frente União pela Pátria, a coligação governista.
Dias antes data final de inscrição, o União pela Pátria afirmou que o candidato seria um outro ministro, Eduardo de Pedro, um aliado próximo da atual vice-presidente, Cristina Kirchner.
No dia seguinte houve uma reviravolta. Massa foi anunciado como o principal candidato.
Uma ala mais de esquerda do União pela Pátria ainda lançou um pré-candidato, Juan Grabois. Massa e Graboi se enfrentaram nas primárias, a votação para decidir quem é o candidato.
Massa é um peronista, ou seja, ele é da corrente política herdeira do ex-presidente Juan Domingo Perón, que foi presidente da Argentina três vezes no século 20.
Nos últimos 20 anos, o peronismo é dominado por uma corrente de esquerda, o kirchnerismo –aliados de Néstor e Cristina Kirchner, que foram presidentes do país a partir de 2003.
Massa teve uma relação ora próxima ora distante com os Kirchner.
Ele foi ministro dos governos de Néstor e Cristina, mas rompeu com os aliados e tentou se estabelecer como um peronista não kirchnerista. Em 2015, ele se lançou como candidato de oposição ao governo de Cristina. Massa acabou perdendo para um outro opositor, Maurício Macri.
Com informações do portal g1