Sérgio Nobre defende a unidade e solidariedade dos trabalhadores da América Latina

Em Caracas, presidente nacional da CUT é recebido por ministros e lideranças venezuelanas. “A vida de cada homem e mulher latino-americano é muito importante para nós”, diz ministro da Venezuela

No segundo dia da viagem do presidente nacional da CUT Sérgio Nobre, à Venezuela, a comitiva de sindicalistas foi recebida por ministros do governo de Nicolás Maduro, em Caracas. O dirigente brasileiro está no país vizinho desde terça-feira (2), em uma ação de solidariedade aos trabalhadores e ao governo venezuelano, que, em janeiro deste ano, doou 130 mil litros de oxigênio hospitalar a Manaus (AM), onde pacientes internados com Covid-19 morreram por asfixia. Em retribuição, a CUT fez uma campanha de arrecadação e conseguiu recursos para a compra de uma tonelada de peças de reposição para a usina local.

A Venezuela sofre embargo econômico internacional há seis anos, principalmente dos Estados Unidos, o que impede o país de comprar insumos às suas plantas.

“A unidade e troca de experiência entre todos os trabalhadores e trabalhadoras latino-americanos, por meio de seus representantes legítimos, é muito importante para o movimento sindical e para a Região, porque temos lutas semelhantes em defesa dos direitos da classe trabalhadora, da democracia e da soberania de cada país”, afirmou o presidente nacional da CUT.

Acompanhado do secretário de Relações Exteriores da CUT, Antonio Lisboa, de Miguel Torres, presidente da Força Sindical, e de Sandro Cezar, presidente da CUT-Rio, Sérgio Nobre se reuniu na tarde desta quarta-feira (3) com Rander Peña, vice-ministro das Relações Exteriores; com o embaixador venezuelano no Brasil, Alberto Castellar, e o vice-ministro e chanceler Carlos Ron, presidente do Instituto Simon Bolívar. Antes, o presidente da CUT teve encontro com o ministro do Trabalho da Venezuela, José Ramon Rivera.

Até sábado (6), quando retornarão ao Brasil, o presidente nacional da CUT e comitiva terão reuniões com lideranças sindicais e sociais venezuelanas.

O chanceler Rander Peña se disse honrado e agradeceu a presença dos sindicalistas brasileiros ao afirmar que “a vinda dessas importantes representações sindicais do Brasil à Venezuela nada mais é do que o interesse mútuo, a expressão genuína de nossos povos de se abraçarem como sempre deveria ter sido e jamais deveria ter sido interrompido”. O governo Bolsonaro não reconhece o presidente Nicolás Maduro, retirou equipe diplomática daquele país e nunca agradeceu a doação de oxigênio feita por Nicolás Maduro.

Nosso principal interesse [ao doar o oxigênio] era salvaguardar vidas de brasileiros, porque nossa vontade infinita é sempre poder expressar ao povo do Brasil nosso carinho e respeito sincero.- Rander Peña
“Para o povo venezuelano, para o presidente Nicolás Maduro e para a Revolução Bolivariana, é importante a vida de cada homem e cada mulher latino-americano mundo”, disse o vice-ministro Peña.

O presidente nacional da CUT reafirmou aos ministros venezuelanos o agradecimento pela doação de oxigênio a Manaus e disse que o principal objetivo da visita, além de reforçar relações, é retribuir a solidariedade dos trabalhadores e trabalhadoras venezuelanos, que foi crucial para evitar mais mortes durante o colapso da saúde em Manaus.

Sérgio Nobre visitará a Usina de Sidor, em Orinoco, a 320 quilômetros da capital Caracas, que produziu o oxigênio hospitalar doado ao Brasil, em janeiro deste ano. A compra foi feita com os recursos arrecadados durante os quatro meses da campanha lançada pela CUT em 29 de junho deste ano, junto a seus entes filiados.

CUT

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