Servidores de SP permanecem em greve contra reforma previdenciária de Doria
A tentativa do prefeito João Doria (PSDB-SP) de intimidar os servidores municipais não deu certo. Cerca de 60 mil trabalhadores e trabalhadoras do funcionalismo público aprovaram, na tarde desta quinta-feira (15), a continuidade da greve contra o Projeto de Lei 621/16, que dificulta o acesso dos servidores à aposentadoria ao aumentar as alíquotas de contribuição da Previdência de 11% para até 19%. O funcionalismo municipal está em greve desde a última sexta-feira (9).
A decisão ocorreu na frente da Câmara Municipal, no centro de São Paulo, um dia após a repressão da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal (GCM) contra os servidores que foram à Câmara Municipal protestar contra o fim de suas aposentadorias.
Milhares de servidores municipais, como professores e profissionais das áreas da saúde, cultura e assistência social, foram reprimidos com balas de borracha, bomba de gás e spray de pimenta enquanto a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal aprovava texto substitutivo do PL, de autoria do vereador Caio Miranda (PSB). O texto foi aprovado em sessão extraordinária por seis votos a três.
Estiveram presente a base de trabalhadores dos principais sindicatos do funcionalismo municipal, entre eles os CUTistas Sindsep, Sinpeem e Simesp.
Entenda o Projeto de Lei 621/2016
A reforma Previdenciária, que o golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) não conseguiu aprovar no Congresso Nacional para a população brasileira, está sendo proposta pelo gestor João Doria aos servidores públicos da maior capital do País.
Conhecido como PL do Extermínio, o projeto foi encaminhado à Câmara no fim de 2017, incluindo um aditivo de Doria, que prevê o aumento na contribuição dos trabalhadores de 11% para até 19%. Além disso, o PL irá privatizar parte da Previdência do funcionalismo, com a criação da Sampaprev.
O prefeito, que já anunciou que abandonará o cargo no próximo mês para disputar o governo, não abriu nenhuma frente de diálogo com os trabalhadores e ainda pediu urgência na tramitação do PL. A expectativa do tucano é ter o projeto votado até abril, conforme informações de parlamentares que acompanharam as reuniões das Comissões de Constituição, Justiça e Legislação Participativa (CCJ) da Câmara Municipal.