Sindicalistas declaram apoio à paralisação de caminhoneiros no dia 1º de novembro
O texto, assinado pela CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, CSP-Conlutas e outras entidades, afirma que a pauta dos motoristas tem repercussões do interesse de todos os trabalhadores
As Centrais Sindicais lançaram nesta quinta-feira, 28, nota de apoio à paralisação marcada por caminhoneiros para o dia 1º de novembro. A greve, em protesto aos constantes reajustes de preços da Petrobras, tentou ser desmobilizada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), com a promessa de beneficiar pelo menos 750 mil caminhoneiros com o auxílio diesel no valor de R$ 400, anunciado na quinta-feira, 21.
O compromisso assumido pelo presidente, contudo, não agradou à categoria, que manteve a realização do movimento para a próxima segunda-feira. As centrais sindicais se uniram para divulgar um manifesto. O texto, assinado pela CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, CSP-Conlutas e outras entidades, afirma que a pauta dos motoristas tem repercussões do interesse de todos os trabalhadores.
“Centrais Sindicais apoiam a pauta e a greve dos caminhoneiros”, diz a nota. “Os caminhoneiros, através das suas organizações, têm atuado para viabilizar as demandas e propostas há muito apresentadas e que não têm obtido retorno por parte do governo federal”, continua.
Em crítica à gestão governamental sobre o tema, centrais afirmam que a inflação “se expressa na alta dos preços da energia elétrica e dos combustíveis”, ressaltando que esses são de responsabilidade do Executivo, “que, mais uma vez, nada faz”. ”Neste ano a gasolina já acumula um aumento de 74% e o diesel 65%. O impacto sobre os preços promove a carestia, como no caso do botijão de gás que custa em torno de R$ 100,00. A inflação anual já beira os 10%”, pontua.
Entre as demandas dos caminhoneiros apoiados pelas centrais estão a redução do preço do diesel e revisão da política de preços de Petrobras, o piso mínimo de frete, o retorno da aposentadoria especial com 25 anos de contribuição, a aprovação do novo Marco Regulatório de Transporte Rodoviário de Carga e a criação e melhoria dos Pontos de Parada e Descanso.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, diz que as centrais se reuniram com representantes dos grupos de motoristas que aderiram à paralisação, e a ideia é colaborar na divulgação e participar de atos com os caminhoneiros. “Não é só a questão do combustível. É a carestia que isso provoca nos itens de primeira necessidade. Não adianta fazer as reivindicações sem tocar na política de preços da Petrobras”, afirma Torres.
Veja a íntegra da nota:
Centrais Sindicais apoiam a pauta e a greve dos caminhoneiros
As Centrais Sindicais apoiam a mobilização nacional dos trabalhadores caminhoneiros, que realizarão uma greve a partir do próximo dia 01 de novembro, em defesa de uma pauta de interesse da categoria, cujas repercussões são de interesse de toda a classe trabalhadora.
Os caminhoneiros, através das suas organizações, têm atuado para viabilizar as demandas e propostas há muito apresentadas e que não tem obtido retorno por parte do governo federal. Não só não há retorno como os problemas têm se agravado. Nesse caso, a inflação se expressa na alta dos preços da energia elétrica e dos combustíveis que são de responsabilidade do governo federal que, mais uma vez, nada faz. Neste ano a gasolina já acumula um aumento de 74% e o diesel 65%. O impacto sobre os preços promove a carestia, como no caso do botijão de gás que custa em torno de R$ 100,00. A inflação anual já beira os 10%.
A privatização da Petrobras, a desmobilização da produção nacional de refino de petróleo, a gestão voltada aos interesses de curto prazo dos acionistas e que não responde aos interesses do país e da nação, têm levado a esse descalabro no preço dos combustíveis com impactos nefastos para o custo de vida.
A pauta dos caminhoneiros que, entre outros pontos, destaca:
• Redução do preço do diesel e revisão da política de preços de Petrobras;
• Piso mínimo de frete;
• Retorno da aposentadoria especial com 25 anos de contribuição;
• Aprovação do novo Marco Regulatório de Transporte Rodoviário de Carga (PLC 75/2018);
• Criação e melhoria dos Pontos de Parada e Descanso (Lei 13.103/2015).
Por tudo isso as Centrais Sindicais apoiam o movimento dos caminhoneiros e convocam todo o movimento sindical a expressar sua solidariedade à essa luta que é de todos trabalhadores.