Sinpro Campinas e Região: Sindicato contesta artigo da Folha de S. Paulo e reitera sua preocupação com o retorno às aulas presenciais

Na edição do último dia 22 de fevereiro, a Folha de S. Paulo publicou um artigo da jornalista Laura Mattos initulado “Manter universidades sem aulas presenciais é hipócrita e cruel.”

De alguma forma, as críticas feitas pela autora do artigo vão ao encontro da campanha “Educação não é mercadoria”, que o Sindicato dos Professores de Campinas e Região (Sinpro Campinas) encampou no passado recente para confrontar as universidades particulares que tentavam implantar o modelo de educação à distância, como forma de reduzir custos. O contexto, no entanto, era outro, uma vez que o Brasil não estava passando por uma grave pandemia, como é o caso hoje.

A autora afirma que, mesmo com a permissão para retomar as suas atividades presenciais, muitas instituições de ensino superior “insistem em se manter no ensino remoto.” E chama a atenção para o fato de que mestres e doutores estão sendo demitidos para se tornarem “prestadores de serviço” e produzir pacotes de aulas gravadas, recebendo por isso cerca de 30% do que ganhavam nos cursos presenciais.

Quanto à precarização do trabalho do professor, o Sinpro Campinas tem uma posição firme e vigilante. Não é de hoje que temos denunciado situações como esta e não aceitamos a crise sanitária como desculpa para a retirada de direitos da categoria. Essa tendência, verificada no ramo do ensino privado, de transformar em definitivo cursos presenciais em ensino à distância (EAD), vem sendo denunciada por nosso Sindicato antes mesmo do surgimento da pandemia de covid-19.

O Sinpro Campinas, porém, não concorda com a jornalista quando ela diz ser “hipócrita” o argumento de universidades, e parte dos professores e dos estudantes, de que o ensino remoto deve ser mantido para “preservar a saúde” da comunidade universitária. Esta afirmação não se sustenta dentro da situação atual em que o país se encontra, em meio a uma pandemia que já ceifou a vida de mais de 644 mil brasileiros e mediante o aparecimento de uma nova cepa do vírus, muito mais contagiosa que as anteriores, e responsável pelo aumento do número de casos da doença, inclusive entre os jovens.

O Sindicato tem recebido denúncias que dão conta de professores e estudantes voltando às atividades presenciais sem que sejam assegurados a eles condições mínimas para o cumprimento dos protocolos básicos. Há relatos de salas de aula superlotadas e sem ventilação adequada, entre outras situações que podem colocar em risco a integridade física da coletividade. Lembramos ainda da resolução do STF sobre a exigência da vacinação de toda a comunidade escolar.

O posicionamento do Sinpro Campinas e Região é amparado pela ciência e por uma forte convicção de que a vida humana deve estar sempre em primeiro lugar, acima de qualquer outro interesse, seja qual for. Neste sentido, reiteramos nosso apelo para que as aulas presenciais retornem apenas quando a vacinação dos jovens esteja num estágio mais avançado, o número de casos de covid-19 esteja em queda e as escolas e universidades tenham adequado seus espaços físicos de modo a garantir a segurança de todos e todas.

Do Sinpro Campinas do Região

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