Sinpro Campinas e Região: Sindicato se solidariza com a vereadora Paolla Miguel contra tentativa de golpe da extrema direita
Em mais uma demonstração de conservadorismo e moralismo tacanhos, a Câmara Municipal de Campinas aprovou, na noite desta quarta-feira (17), por 24 votos a 6, a abertura de processo para a cassação do mandato da vereadora Paolla Miguel (PT). A alegação dos vereadores é que Paolla teria destinado verba pública a um evento cultural em que foram registradas cenas de nudez.
A não razoabilidade do processo evidencia o plano da extrema direita local de abreviar o mandato de políticos de esquerda e do campo progressista. Baseados em uma legalidade de fachada, os conservadores atacam principalmente o mandato de mulheres. No caso de Paolla Miguel, o mandato de uma mulher preta e periférica.
Não é a primeira vez que mandatos populares são alvos de intimidações na Câmara de Campinas. Para impedir que continuem atuando em prol dos trabalhadores e dos mais necessitados, a extrema direita é capaz das piores arbitrariedades e injustiças contra aqueles com os quais discorda.
Para além do debate sobre liberdade de expressão – que garante aos artistas o direito de se expressarem sem que sejam censurados –, cabe dizer que o evento em questão foi realizado pela Secretaria de Cultura de Campinas em uma praça pública de Barão Geraldo, de modo que a vereadora não teve qualquer ingerência sobre a curadoria dos artistas que nele se apresentaram.
A participação de Paolla foi apenas destinar uma emenda parlamentar voltada ao apoio da estrutura física do evento, como palco e banheiros químicos. Vereadores da extrema direita não são cobrados pelos colegas quando destinam emendas para eventos religiosos onde ocorrem discursos de ódio contra minorias. Mas, aos vereadores de esquerda, tudo pode ser usado como motivo para a cassação do mandato.
Nós, do Sinpro Campinas e Região, repudiamos frontalmente a tentativa de calar a vereadora Paolla Miguel por meio de manobra política que pode ser caracterizada como um golpe contra o seu mandato. Trata-se de uma afronta aos cidadãos campineiros que a elegeram e um crime cometido contra a democracia em nossa cidade. Seguiremos atentos e na resistência!
Campinas, 18 de abril de 2024
Diretoria do Sinpro Campinas e Região