Sinpro Campinas: “Governo quer pulverizar sindicatos” diz presidente da CTB-SP
Na segunda-feira, 28, a primeira reunião da diretoria do Sinpro Campinas e região de 2020 contou com a presença do presidente da CTB São Paulo, Rene Vicente. O dirigente sindical apresentou sua visão sobre a conjuntura atual e os ataques às entidades de classe praticados pelo governo. Além dos diretores do Sinpro, participaram do evento professores e professoras da base.
Segundo Rene, mesmo com a “reforma trabalhista”, os sindicatos combativos conseguiram resistir e mantiveram os Acordos e as Convenções Coletivas de Trabalho que preservaram os direitos das categorias por eles representadas. Por isso o governo tem feito “mini reformas” , como a Medida Provisória 905, MP da “carteira verde e amarela”, que pretendem precarizar ainda mais as relações de trabalho no Brasil.
O sindicalista também apontou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC ) 196/19, que tramita na Câmara dos Deputados, como um grande retrocesso. Conhecida como “reforma sindical” a PEC, entre outros pontos, acaba com a unicidade sindical. Atualmente, a Constituição Federal proíbe a criação de mais de uma organização sindical na mesma base territorial. “O governo quer pulverizar os sindicatos e com isso diminuir o nosso poder de luta”, afirmou.
Se aprovada, a PEC resultará na fragmentação da representação dos trabalhadores e dificultará as organização e o financiamento das entidades sindicais. A CTB, central a qual o Sinpro faz parte, é veementemente contra a proposta e defende a manutenção do texto constitucional.
Os professores presentes na reunião também discutiram sobre a importância da formação sindical, principalmente para aqueles que estão ingressando agora no mercado de trabalho. É preciso que os trabalhadores tenham compreensão clara da realidade para que possam transformá-la através da organização sindical.
Nesse cenário, a comunicação surge como instrumento fundamental para formação. Além de manter os trabalhadores informados sobre direitos e apontar as contradições do capital, o departamento de imprensa das entidades sindicais devem servir de contraponto à grande mídia, que age de acordo com os interesses do empresariado.
Na atual conjuntura, a aproximação dos trabalhadores na base, assim como o incentivo para que para participação das diferentes frentes de luta e o desenvolvimento de campanhas e ações concretas para fortalecer e renovar o movimento sindical é crucial para a sobrevivência das entidades.