Sinpro-JF: Professores do setor privado aprovam indicativo de paralisação
Em assembleia lotada, realizada no dia 1º, os professores do setor privado aprovaram um indicativo de paralisação e disseram um não contundente à proposta de reajuste salarial apresentada pelos estabelecimentos de ensino.
Os patrões propuseram o índice de 6%, inferior à inflação de 10,6% (percentual equivalente ao INPC/IBGE acumulado de fevereiro de 2021 a janeiro de 2022), e com retroatividade parcial.
A categoria reforçou, em dezenas de falas durante a assembleia, que a tentativa de eliminar o percentual inflacionário como referência para o índice é um ataque à dignidade profissional de milhares de professores de Juiz de Fora.
“O preço da gasolina subiu, a cesta básica, nas prateleiras dos supermercados, está muito mais cara. As mensalidades escolares também aumentaram vertiginosamente. Todas as famílias foram penalizadas. Como podem os donos de escola se recusarem a realizar a correção inflacionária dos salários pelo índice de 10,6%, que tem como base o INPC? É um desprezo completo pelo nosso trabalho”, disse um professor.
A categoria demonstrou disposição para a debater a construção de um dia de paralisação das atividades, denunciando a situação para a comunidade escolar. “Só será possível resistir se caminharmos juntos. É a nossa dignidade e o respeito pela nossa profissão que estão em jogo”, avaliou outro professor.
O Sinpro-JF informou que a próxima rodada de negociação com os representantes dos estabelecimentos de ensino será no dia 14 de junho e pediu que a categoria fique atenta às próximas convocações do sindicato.
RESISTÊNCIA NO PAÍS
A iniciativa patronal não está localizada apenas em Juiz de Fora. Propostas semelhantes, que demonstram o nível de articulação nacional dos estabelecimentos de ensino, se repetem em várias cidades do país. Em assembleia do Sinpro-MG, realizada em Belo Horizonte também no dia 1°, os professores aprovaram greve por tempo indeterminado a partir de 6 de junho. Os patrões, além de negarem a reposição de perdas inflacionárias, ameaçam direitos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).