Sinpro Macaé e Região: Municípios do interior ignoram cientistas sobre a gravidade da variante Delta
Sindicato afirma o compromisso com a vida e exige que aulas presenciais sejam suspensas imediatamente para evitar aglomerados
Dois grandes nomes da ciência e da medicina brasileira, Margareth Dalcomo e Miguel Nicodelis, foram categóricos sobre a gravidade da Delta, nova variante da Covid-19. Ao alertarem a sociedade sobre o que o Brasil viverá nos próximos dias, com a volta da transmissão em massa do coronavírus, afirmaram que não é o momento de afrouxar as medidas que contém a infecção entre pessoas, entre elas o uso efetivo de máscaras e não estímulo de aglomerações.
Diante desse cenário pouco otimista, o Sindicato dos Professores das Escolas Particulares de Macaé e Região pedem aos prefeitos dos municípios de sua área de abrangência que suspendam imediatamente as aulas presenciais e mantenham os encontros de forma remota. Com a suspensão, milhares de pessoas entre alunos, professores e outros profissionais do setor da educação não precisarão transitar em aglomerados, interrompendo a transmissão da doença.
Em live do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST), o médico e cientista Miguel Nicolelis fez o seguinte alerta: “a pandemia não acabou. Ao contrário, está entrando em uma fase mais grave com a chegada da variante delta – surgida na Índia – ao Brasil. Há uma tentativa da mídia tradicional brasileira de remover a pandemia das manchetes”, afirmou, conforme publicado no site Reconta Aí.
Ao mesmo tempo em que a variante Delta tomou conta do Brasil, ela espanta pela velocidade da disseminação. Como exemplo, Dr. Miguel cita o Rio de Janeiro como epicentro dessa nova onda de contaminações.
Já a médica pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) Margareth Dalcomo, alertou, segundo o jornal Tribuna de Minas, que a cepa de origem indiana é considerada de cinco a seis vezes mais transmissível. Ela exemplificou que cada cem pessoas contaminadas podem infectar até outras 600. E ainda recomenda que para evitar a propagação do vírus, todos utilizem máscaras mais eficazes, como a do tipo PFF2, e também a testagem prévia no caso de encontros e reuniões com mais pessoas.
“A questão da circulação da variante Delta é muita séria e grave, nos preocupa muito, mas não surpreende. Sabíamos que isso iria acontecer, quando olhamos o Rio de Janeiro sendo epicentro da transmissão comunitária da cepa”, disse Margareth Dalcomo, em publicação do jornal Tribuna de Minas.
Para Guilhermina Rocha, presidente do Sinpro Macaé e Região, o Sindicato tem dado atenção aos cientistas desde o início e uma das reivindicações, inclusive por meio de ação civil em alguns municípios, corrobora com a fala da doutora Margareth, em relação à testagem em massa.
“A ciência sempre está acima de qualquer decisão. Este sempre foi o nosso entendimento. Desde o início temos dialogado com os gestores dos municípios para que não retornem com as aulas presenciais enquanto a população não for totalmente imunizada. Mas alguns deles ignoram a vida. Sobre a testagem em massa, já estamos cobrando isso faz um tempo. E agora queremos que os prefeitos assumam esta responsabilidade e fiquem atentos aos especialistas que não estão nada otimistas com a chegada da nova variante”, afirmou.
Do Sinpro Macaé e Região